(FOLHAPRESS) Luz, câmera, arruma o topete, reforça a maquiagem, alinha a roupa, faz cara de galanteador e… ação. Definitivamente, o sambista Diogo Nogueira, 42, agora pode dizer com todas as letras que fez a sua estreia como ator.
Apesar de já ter aparecido brevemente em algumas outras produções, como em “Quanto Mais Vida, Melhor” (Globo, 2022), será a partir desta quarta (27), na tela do Star+, que o cantor poderá mostrar o resultado de todo o seu empenho para virar Yaco, um pop star cheio de caras e bocas na série “Desejos S.A”.
Mesmo com pouco tempo de dedicação por conta das viagens e dos shows, Nogueira revela que teve aulas particulares com alguém com bastante bagagem. “Aproveitei que tenho uma das maiores atrizes em casa para me aperfeiçoar. Estou curioso para ver a reação dela e a das outras pessoas com o resultado”, conta ele, sobre a ajuda de Paolla Oliveira na leitura dos textos.
A trama, que também conta com Carol Castro, Silvero Pereira e Marcos Pasquim no elenco, gira em torno de uma empresa que promete realizar qualquer solicitação, sob o lema: “O que você quiser, quando quiser”. Em troca, além de uma tarifa simbólica, a pessoa precisa participar do pedido de outro consumidor. Na história criada pelos diretores argentinos Gastón Duprat e Mariano Cohn, o personagem de Diogo se envolve num pedido inusitado de uma fã.
Você já fez participações em novela e teatro, mas considera essa a sua estreia como ator?
Sim. Fiz um teatro musical em homenagem aos 100 anos do samba, eram três horas de peça e passeávamos pela história do ritmo. Fiz participações em novelas sendo o Diogo Nogueira mesmo, mas agora realmente é minha primeira vez. Foi um grande desafio, e eu pulei de cabeça.
Qual o maior desafio?
Apesar de ser músico, decorar não é tão fácil para mim. Mas a gente é esforçado (risos). O legal é que vi que não é preciso seguir exatamente o texto, mas dar a intenção do que é passado de um jeito que fique bacana e o diretor aceite. Tive um pouco de improvisação que fizesse sentido e desse sabor às cenas.
Seu personagem, o Yaco, é também um cantor. Facilitou a interpretação?
Ele é caricato. Tive que mudar a voz, o que foi difícil, pois sou brincalhão só em casa, no trabalho sou mais sério e muito tímido. O Yaco é galanteador, engraçado, gosta de colocar um topetão, pintar o olho, é completamente diferente de mim, um mega star com roupas extravagantes. Mas confesso que essa caracterização toda me ajudou a sair desse lugar de timidez. Eu entro no último episódio.
O que a Paolla Oliveira, sua namorada, achou da sua experiência como ator?
Ela não viu ainda, mas leu muitas vezes o texto comigo e me ajudou, me auxiliou, me mostrou um caminho a seguir. Só que nas cenas eu acabei indo por outro lado, pois precisava dar mais força e mais expressão ao Yaco. Mas a Paolla foi um amor.
Fez aulas de interpretação?
Na verdade, tive que fazer e aprender tudo em pouco tempo. Não deu para fazer aula, fui encarando do meu jeito. Muitos shows, viagens, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, foi apertado. Aproveitei que tenho uma das maiores atrizes em casa para me aperfeiçoar.
Atuar em ‘Desejos S.A.’ alimentou a sua vontade de seguir nessa área?
Sempre fui fã de cinema e artes cênicas, em geral, e essa chance de fazer a primeira série, que, na verdade, é um filme picotado em série, me fez pensar em seguir, sim. Se novas oportunidades aparecerem, vou querer agarrar. Com mais tempo, terei como estudar mais e melhorar. Dá para conciliar as carreiras.
Quem sabe não consegue atuar com Paolla?
Rapaz, com certeza eu ficaria nervoso (risos). Ela é uma atriz que tem bagagem, com uma gama de personagens muito adorados e bem falados no Brasil e no mundo, já que as novelas da Globo passam em outros países. Óbvio que, inexperiente que sou, ficaria nervoso, mas acho que seria maravilhoso, teria uma aula dentro do set. Só espero que se um dia rolar ela tenha paciência comigo (risos).