SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O homem de 21 anos acusado de disparar contra uma multidão durante as celebrações do dia da independência dos EUA e matar sete pessoas planejou cometer um segundo ataque, afirmou o porta-voz da polícia Christopher Covelli nesta quarta (6).
Robert E. Crimo 3º teria planejado, ainda na segunda (4), um tiroteio na cidade de Madison, capital do estado de Wisconsin, que faz fronteira com Illinois, onde o primeiro ataque foi realizado horas antes.
Crimo foi preso e agora enfrenta sete acusações de assassinato em primeiro grau. Ele teve a fiança negada em uma audiência nesta quarta, da qual participou por videochamada e pouco falou. O jovem apenas confirmou que não tinha um advogado particular, de modo que um defensor público foi nomeado para o seu caso.
O promotor Ben Dillon afirmou durante a sessão que Crimo confessou o ataque a Highland Park, nos arredores de Chicago, logo após ter sido detido pela polícia. Informações compartilhadas pelas autoridades na terça-feira (5) dão conta de que ele disparou mais de 70 vezes aleatoriamente contra a multidão e planejou o ataque por semanas.
O juiz Theodore Potkonjak, que negou a fiança, disse que Crimo representa uma ameaça à comunidade e, por isso, deveria seguir preso. Caso condenado pelas sete acusações, ele receberá sentença de prisão perpétua e sem possibilidade de liberdade condicional, afirmou o procurador Eric Reinhart, do condado de Lake, na audiência.
“Estas são apenas as primeiras de muitas acusações que serão feitas contra ele”, disse o promotor a repórteres pouco depois. “Prevemos dezenas de mais acusações centradas em cada uma das vítimas”.
A polícia afirmou que as vítimas por Crimo, que disparou de um telhado, variavam entre pessoas com mais de 80 anos a crianças de 8. Os seis que morreram ainda na segunda eram maiores de idade, disse a polícia. A sétima pessoa morta, que faleceu na terça, não teve a identidade divulgada. Mais de 40 pessoas também ficaram feridas.
Crimo usou um rifle semiautomático no tiroteio, arma que foi encontrada no local, e portava outra semelhante no carro da mãe, que dirigia quando foi detido, disseram os promotores do caso. O condado de Lake informou que ele comprou cinco armas de maneira legal, mas não está claro como Crimo conseguiu acessá-las.
Illinois possui uma lei que exige a checagem de antecedentes dos compradores de armas de fogo, e Crimo, por duas vezes, já havia entrado no radar da polícia. Primeiro em abril de 2019, quando tentou suicídio, e, depois, em setembro daquele ano, quando supostamente ameaçou membros de sua família.
A polícia disse não ter evidências imediatas de qualquer motivação antissemita ou racista para o ataque, mas segue investigando os vídeos que Crimo publicava nas redes sociais -ele era rapper e havia publicado uma série de conteúdos com menção à violência armada.
A comunidade local de Highland Park tem uma grande comunidade judaica, e uma das vítimas colaborava com uma sinagoga local.
Notícias ao Minuto Brasil – Mundo