Nesta quarta-feira (19), uma equipa internacional de astrofísicos divulgou que mapeou pela primeira vez a estrutura tridimensional da atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar e descobriu que tem um clima único.
O estudo é descrito em um item na revista científica Nature e teve o participação de profissionais do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).
O planeta extrassolar é o WASP-121b, também chamado Tylos, localizado a 900 anos-luz da Terreno, na constelação da Popa.
Citado em expedido do IA, o investigador Yuri Damasceno salienta que Tylos “faz segmento de uma família de planetas que têm as temperaturas mais altas” que se conhecem para planetas “em todo o Universo”.
Tylos é um gigante gasoso semelhante em tamanho a Júpiter, maior planeta do Sistema Solar, tem temperaturas superiores a 2.000ºC e orbita tão perto a sua estrela que completa uma volta em 30 horas.
O planeta tem um dos lados sempre virado para a estrela, sendo por isso extremamente quente, e o outro está permanentemente às escuras, que é muito mais insensível.
Graças ao telescópio VLT, operado pelo Observatório Europeu do Sul (OES), no Chile, a equipe descobriu que a atmosfera de Tylos tem três camadas: uma mais profunda com ventos carregados de ferro, outra intermediária com uma fluente de jato muito rápida que transporta sódio e uma superior com ventos de hidrogênio.
Ao observar o planeta quando transitava pela sua estrela, um dos espetrógrafos de subida solução do VLT conseguiu detectar assinaturas químicas na atmosfera de Tylos e detectar as suas diferentes camadas.
“O que descobrimos foi surpreendente: uma fluente de jato faz rodopiar o material em torno do equador do planeta, enquanto um fluxo separado nos níveis mais baixos da atmosfera move o gás do lado quente para o lado mais insensível. Leste tipo de clima nunca foi visto antes em nenhum planeta”, sustentou a primeira autora do estudo, Julia Seidel, citada em expedido do OES, organização astronômica da qual Portugal faz segmento.
Um estudo complementar, publicado na revista da especialidade Astronomy and Astrophysics, revelou a presença de titânio aquém da fluente de jato, que admirou os cientistas, uma vez que observações anteriores do planeta não tinham identificado oriente elemento químico, “possivelmente porque se encontrava oculto nas camadas mais profundas da atmosfera”.
Segundo os cientistas, os resultados das descobertas hoje divulgados abrem o caminho para estudos mais detalhados sobre a formação química e o clima de outros mundos extraterrestres.
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