JULIANNE CERASOLI, LIVIA CAMILO E PEDRO UNGH
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A cidade de São Paulo teve um mar de bandeiras e camisas de clubes da Argentina. Porém, o fenômeno zero tem a ver com futebol. Os hermanos invadiram o Autódromo de Interlagos e a capital paulista para estribar o compatriota Franco Colapinto, piloto da Williams.
Na noite do último sábado (2), uma turba esteve na Rossio Alexandre Gusmão, a uma quadra da Avenida Paulista, um dos principais cartões postais paulistanos, para promover um “bandeiraço”.
O “clima de Despensa do Mundo” invadiu o lugar. Torcedores levaram sinalizadores, tocaram bateria e entoaram cantos enquanto bebiam cerveja.
As bandeiras eram das mais variadas, mas quase todas tinham alguma referência ao piloto. Inclusive, um bandeirão da Argentina superior a 3 metros de largura foi assinado pelos participantes do evento para ser entregue a Colapinto.
“Era um pouco que sabíamos que ia suceder, que pensamos muito. Todos sabíamos que queríamos invadir São Paulo, porque fizemos isso na Rússia, no Mundial, fizemos em todo o mundo… E acho que é Argentina. Não importa o esporte, é Argentina.”, disse Matías, fã prateado de Franco Colapinto, ao UOL.
Bares da região medial da cidade também ficaram abarrotados de argentinos. Um deles, que normalmente serve chopp vernáculo, desde o início desta semana está sendo patrocinado pela Quilmes, principal marca de cerveja do país vizinho.
Paixão sem fronteiras
Muitos fãs passaram “perregue” para chegar ao Brasil. A crise do setor airado que atingiu o país vizinho prejudicou a logística para o GP.
Pato, que é de Rosário, sobre 400 km de Buenos Aires, foi de ônibus até o aeroporto da capital argentina e sofreu com horas de tardança. Quando finalmente conseguiu um voo, precisou fazer conexão no Rio de Janeiro antes de aterrizar em São Paulo. Foram 15 horas no trajeto.
“É um sonho para mim. Eu sigo o Franco desde 2021, quando ele corria na Fórmula 3, com o Bortoleto, com todo esse pessoal. E, bom, eles começaram a crescer na Fórmula 2, e o Franco teve a sorte de estar na Fórmula 1”, disse Pato, fã de Colapinto, ao UOL.
Todas as vezes em que Franco passou próximo aos setores A e G, o fragor foi superior. As maiores arquibancadas do Autódromo de Interlagos ficaram vibrantes com a reciprocidade do jovem piloto, que fez questão de provar seu carinho para a torcida.
Entretanto, pela “seca” de referências na categoria, muitos brasileiros acabaram criando uma conexão com o único sul-americano na disputa da Fórmula 1.
A reportagem conversou com os criadores de uma montagem curiosa: bandeira da Argentina que leva os rostos de Ayrton Senna e Franco Colapinto. O item se tornou febre entre os brasileiros, que pedem foto no autódromo.
Argentina tem piloto na F1 depois 23 anos
Toda essa mobilização tem um motivo evidente: Colapinto traz a Argentina de volta às pistas de Interlagos depois 23 anos. O último nome que esteve no ‘S’ do Senna foi Gastón Mazzacane, pela Prost, em 2001.
Gastón largou em 21 corridas por Minardi e Prost, entre 2000 e 2001, e teve porquê melhor resultado na curso um oitavo lugar no GP da Europa de 2000 – o desempenho em seu currículo valeria modestos 4 pontos na escrutínio moderna.
No GP do Azerbaijão de 2024, Franco se tornou o primeiro prateado a pontuar na categoria desde 1982. O piloto de origem pobre ascendeu da F2 à escol em um piscar de olhos. O invitação da Williams para substituir o americano Logan Sargeant teve efeito inopino a partir do GP da Itália.
Ele está reservado até o final da temporada, e seu fado em 2025 deve ser a Red Bull.
Histórico dos hermanos na F1
Na trajetória histórica, os dados apontam que 22 competidores do país sul-americano participaram de pelo menos uma lanço do Campeonato Mundial, acumulando um totalidade de 38 vitórias, 98 pódios e cinco campeonatos mundiais.
Juan Manuel Fangio é o mais renomado e bem-sucedido entre eles. Ele fez sua estreia na primeira corrida da história da Fórmula 1, o Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1950, já se destacando no cenário internacional aos 39 anos.
Mesmo assim, Fangio teve tempo para erigir uma curso lustroso no Mundial, registrando 24 vitórias, 29 poles e 5 títulos mundiais em unicamente 51 corridas até 1957.
Além dele, Carlos Reutemann também marcou quadra. Ele correu na F1 entre 1972 e 1982, defendendo as equipes Brabham, Ferrari, Lotus e Williams. Ele ganhou 12 corridas e subiu ao pódio 45 vezes.