Extensão queimada cresce 150% até setembro na presença de 2023, aponta MapBiomas

O Brasil registrou 22,38 milhões de hectares queimados de janeiro a setembro, 150% a mais do que no igual período do ano pretérito, segundo o Monitor do Queima do MapBiomas. Esse totalidade equivale a uma superfície similar ao Estado de Roraima. A Amazônia foi o bioma mais atingido, concentrando 51% das queimadas, o que corresponde a 11,3 milhões de hectares.

 

O levantamento também aponta que 73% da superfície queimada era de vegetação nativa, com destaque para formações florestais (21% da superfície totalidade). Entre as áreas agropecuárias, as pastagens plantadas foram as mais atingidas, com 4,6 milhões de hectares queimados.

Mato Grosso foi o Estado mais afetado, com 5,5 milhões de hectares queimados, seguido pelo Pará (4,6 milhões) e Tocantins (2,6 milhões). São Félix do Xingu (PA) liderou entre os municípios, com 1 milhão de hectares queimados, seguido por Corumbá (PA), com 741 milénio hectares.

Setembro foi o mês com maior registro de queimadas, com 10,65 milhões de hectares prejudicados, representando 47,6% de toda a superfície queimada em 2024 até logo. Em verificação com o igual mês de 2023, o aumento foi de 181%.

“O período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo leste ano, agravando ainda mais a crise dos incêndios na região – um revérbero da intensificação das mudanças climáticas, que acabam tendo papel crucial para a propagação de incêndios”, afirmou, em nota, a diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar.

O Fechado também registrou grandes impactos, com 4,3 milhões de hectares queimados em setembro, um aumento de 117% em relação ao ano anterior. O Pantanal, por sua vez, registrou progressão de 2.306% na superfície queimada em verificação com a média dos últimos cinco anos.

A Mata Atlântica teve 896 milénio hectares queimados entre janeiro e setembro, sendo a cana-de-açúcar a principal cultura prejudicada. Em contraste, o Pampa e a Caatinga mostraram reduções nas áreas queimadas devido à maior umidade e à queda no uso descontrolado do queima.

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