O que fideliza o cliente é a maneira como ele é tratado, e o empreendedor Diego Saldanha, 35 anos, sabe disso muito bem. Alguns dias atrás, Diego, que trabalha vendendo frutas nos semáforos de Curitiba (PR), publicou um vídeo em suas redes sociais contando a ideia que ele teve para otimizar as vendas e conquistar mais clientes.
“Estava procurando uma forma que eu pudesse aumentar as minhas vendas e otimizar mais, né? Então eu fui em uma gráfica, paguei R$ 60 em um milheiro de cartão e pedi para que fizesse o meu cartão com a chave Pix”, disse o empreendedor.
Diego aposta na honestidade do brasileiro, pois vende os morangos de maneira “fiada”, via Pix. “Bem, eu entrego a caixa de morango e falo para a pessoa: ‘Faz o seguinte, leva o morango e leva a minha chave Pix. Você faz a transferência no caminho”.
“Quando eu falo isso, as pessoas se espantam: ‘Mas moço, você vai confiar em mim? A gente nunca se viu na vida!’. Eu falo: ‘Não, confio em você’. Claro que no meio de 500 vendas que eu faço, por exemplo, 1 ou 2 eu levo o golpe, mas 99,9% das pessoas pagam certinho, sai daqui, me deposita no caminho, espera 5, 10, 30 minutos, e o depósito via Pix chega. E geralmente chega com uma mensagem, agradecendo pela confiança”, explicou o vendedor.
Há anos, ele trabalha na esquina da rua Pedro Viriato Parigot de Souza com a Major Heitor Guimarães, na capital paranaense. A ideia veio a partir de uma necessidade: o semáforo ‘abre’ muito rápido – em apenas 40 segundos, – e ele teria que otimizar a abordagem com os clientes se quisesse vender mais.
“Nem sempre dá tempo de o cliente pagar no cartão de crédito/débito […] Eu trabalho com maquina de cartão, ela ajuda, mas eu quero sempre inovar. Foi aí que mandei fazer cartões e coloquei minha chave Pix e o QR Code do Pic Pay”, afirmou.
Diego conta que os clientes gostam da sua iniciativa que tendem a voltar no semáforo para comprar de novo com dele. “A chance dela voltar a comprar comigo aqui é gigantesca, porque ela gostou da minha iniciativa, ela gostou do que eu fiz pra ela”.
A ideia, posta em prática há um mês, tem dado muito certo. “As vendas aumentaram, né? E consequentemente o faturamento, porque o cartão você perde a taxa e no Pix, não. E ainda estou ganhando mais clientes. […] Posso dizer sem medo de errar que as vendas aumentaram em 50%“, garantiu.
O ditado ‘quem arrisca não petisca’ nunca fez tanto sentido para Diego. “Essa é a maneira que eu encontrei para que eu pudesse me destacar dos demais. Do jeito que as coisas estão, tudo muito difícil, se você ficar na mesmice, você não vai se destacar“, completou.
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Conhecido pela Ecobarreira
O Diego já apareceu aqui no Razões diversas vezes, como em 2017, quando ele criou uma ecobarreira flutuante que, na época, havia retirado mais de 3 toneladas de lixo de rio no Paraná.
Já em 2019, reconhecido nacionalmente pelo seu trabalho de coleta e reciclagem de lixo no Rio Atuba, o vendedor de frutas construiu uma ‘ecofossa’ para uma comunidade sem esgoto em Colombo (PR).
Na época, as comunidades Jardim das Flores e Jardim Carvalho sofriam com a falta de acesso à rede de esgoto. “Ficava incomodado de ver o esgoto da minha comunidade inteira indo pro rio, porque não tem tratamento de esgoto onde que eu moro”, relatou ao Razões.
Ele então começou a pesquisar maneiras de amenizar o problema. Acabou conhecendo o trabalho do professor Valter de Menezes, que por meio de um projeto escolar mudou a vida da comunidade ribeirinha Santo Antônio do Tracajá, no município de Parintins, interior do Amazonas.
No início deste ano, nós lançamos uma vaquinha na VOAA para ajudá-lo a continuar sua luta para limpar o rio Atuba (na qual já retirou 6 toneladas de lixo nos últimos cinco anos).
A ecobarreira construída em 2017 precisava de manutenção e melhorias. Por isso, abraçamos a causa! Juntos, arrecadamos mais de R$ 30 mil para a compra de canos de PVC e cabos de aço, que reforçou como nunca o dispositivo!
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Fotos: Reprodução / Instagram: @ecobarreira_diegosaldanha
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