RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Após decretar um lockdown que durou dez dias devido à gravidade do crescimento de casos e internações provocadas pelo novo coronavírus, Araraquara viu os novos casos de Covid-19 caírem para quase um terço do total registrado antes do período de restrição total na cidade. Internações e óbitos, porém, seguem em alta.
A cidade (a 273 km de São Paulo) decretou lockdown em 21 de fevereiro a partir do circulação da nova variante e só permitiu que farmácias e unidades de saúde abrissem. O transporte coletivo não funcionou, supermercados só puderam atender por delivery nos sete dias seguintes e a circulação de veículos e pessoas sem justificativa foi vetada.
Nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro, que antecederam a aplicação das restrições totais, a cidade registrou 456 novos casos da Covid-19. Nos últimos três dias, o total de novas infecções despencou para 170.
Nesta terça-feira (9), por exemplo, foram 47 casos, ou 23% das amostras analisadas na rede pública.
Apesar disso, as internações e óbitos seguem em alta na cidade. Desde o último sábado (6), Araraquara registrou 24 mortes, o que elevou o total desde o início da pandemia a 258.
“Temos vivenciado nesses dias o resultado do lockdown, com a redução no número de casos, mas não ainda no número de internações. As pessoas começam a ter o quadro complicado a partir do oitavo, nono dia de infecção. Aí ocupam leitos e muitas evoluem para óbitos. Hoje só colhemos a redução de casos”, disse Eliana Honain, secretária da Saúde de Araraquara.
A expectativa da administração é que a diminuição de internações e óbitos ocorra em um período de 10 a 12 dias.
“Ao mesmo tempo, precisamos observar como se dará o comportamento da população. Se não mantiver o isolamento social, a transmissão aumentará e consequentemente o número de casos. Saiam de casa para o estritamente necessário.”
Nesta terça, a ocupação de leitos de enfermaria é de 81% e, em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), 93%. Transferências de pacientes para outros municípios, como Ribeirão Preto e Barretos, não têm sido necessárias nesta semana.
Para ampliar a oferta de leitos, a prefeitura fez uma parceria com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para a implantação de 21 vagas de enfermaria.
O objetivo é utilizar as dependências da igreja como leitos de retaguarda, para internações precoces de pacientes atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Xavier.
O acordo é válido por 90 dias e repete o que foi feito entre abril e novembro. Como o cenário se agravou a partir do surgimento da nova cepa, a prefeitura renovou o uso das instalações religiosas. Os leitos devem entrar em operação até a próxima semana.
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