SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio às gravações do Masked Singer e da nova novela das 19h da Globo, “Dona de Mim”, Tony Ramos, 76, ainda arruma tempo para falar de futebol. Torcedor fanático da seleção brasileira e do São Paulo, o ator abriu uma brecha na agenda e retornou uma ligação da reportagem, já sabendo do motivo do contato.

 

“Alô, esse telefone é do Leonardo da Folha de S.Paulo? Quer saber sobre o que achei da seleção?”, perguntou. “Tem gente que fala mal da seleção, mas quando joga assiste, assim como eu”, disse ele antes de começar a opinar com propriedade sobre o vexame do Brasil na noite de terça (25), na derrota por 4 a 1 contra a Argentina em Buenos Aires, a pior desde o 7 a 1.

Veja, foi uma mera coincidência. Essa narração deverá passar em outras ocasiões também. Futebol tem dessas coisas.

“Achei todos perdidos. Não sei por qual razão esses jogadores não estão dando vazão ao prazer individual”, comentou Tony ao tentar entender o motivo de craques irem bem em seus clubes e não conseguirem performar quando vestem a camisa verde e amarela.

No breve papo com o F5, o ator fala ainda sobre a emoção de ter sido escolhido como a voz da chamada de abertura do Campeonato Brasileiro na emissora.

Confira abaixo os melhores trechos da entrevista.

PERGUNTA – Como foi dar voz à chamada da abertura do Brasileirão 2025?

TONY RAMOS – Foi um convite bacana da direção de esportes da Globo. Eles queriam que eu analisasse um texto feito todo à base de rimas e que já era bom. Achei divertido, sobretudo pelo fato de eu amar futebol. Assim como o brasileiro em geral.

P – Sua relação com o esporte é de longa data. Como gosta de torcer?

TR – O esporte tem de ser vivido com explosão e emoção. Cada um que acredite no seu time, mas aprenda a respeitar quem perdeu. Isso pode parecer algo utópico, mas diz respeito à educação.

P – Se considera um torcedor fanático do São Paulo Futebol Clube?

TR – Me considero um são paulino apaixonado. O fanatismo faz a gente perder a razão. Sou tricolor, quando está bem ou quando está mal, cotidianamente desde 1956.

P – O que achou da partida entre Argentina e Brasil?

TR – Tem gente que fala mal da seleção, mas quando joga todo mundo assiste, assim como eu. Ontem eu sofri à beça com a derrota para a Argentina, fiquei triste mesmo.

P – O que aconteceu com a seleção justamente contra a maior rival?

TR – Vimos uma defesa girando em pião. Mas, por outro lado, entendo que não há tempo. A comissão técnica chama os jogadores e eles chegam, se olham e já vão treinar, para o hotel. Diferentemente da Argentina, que tem um time formado da última Copa do Mundo e mantém um padrão. Fiquei chateado.

P – Nem mesmo jogadores como Vinicius Junior e Rodrygo conseguiram se destacar…

TR – Achei todos perdidos e as grandes individualidades do país, que jogam tudo nos campeonatos europeus, não foram bem. Não sei por qual razão esses jogadores não estão dando vazão ao prazer individual.

P – Acredita que Dorival Júnior deva ser demitido do cargo?

TR – Não coloco a culpa só nele. Creio que seria algo confortável para todos, mas é preciso haver uma divisão de responsabilidades. No Brasil, os calendários também são desesperadores. Acho que trocar o treinador já para os jogos contra Equador [4 de junho] e Paraguai [9 de junho] é um risco. Não acho bacana só condenar o comandante. Evidentemente que há erros, mas eles não serão resolvidos só com essa troca.

P – Curiosamente, o vídeo promocional gravado por você sobre o Brasileirão cita a força do futebol nacional e foi ao ar durante o jogo, a maior derrota da seleção após o 7 a 1…

TR – Veja, foi uma mera coincidência. Essa narração deverá passar em outras ocasiões também. Futebol tem dessas coisas.