CAMPINAS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Pelo menos 90 jornalistas e membros da sociedade social foram alvos de um programa espião criado por uma empresa israelense de tecnologia, instalado nos celulares depois uso do WhatsApp. A informação foi confirmada pela Meta, dona do aplicativo de mensagens, ao jornal britânico The Guardian.

 

Invasão dos celulares teria sucedido por meio do aplicativo Graphite. Uma vez no dispositivo, o spyware tem entrada totalidade, incluindo mensagens de apps criptografados porquê WhatsApp e Signal. Responsável pela geração do aplicativo é a empresa israelense de tecnologia Paragon Solutions.

Ataque foi um “zero-click”, ou seja, os alvos não precisaram clicar em links maliciosos. O WhatsApp confirmou que os dispositivos dos 90 usuários foram comprometidos ou estavam em risco, mas não conseguiu identificar quais governos solicitaram o ataque.

Paragon não foi apontada diretamente porquê responsável, mas o software de espionagem é utilizado por clientes governamentais, incluindo o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA. Informação do The Guardian aponta que, recentemente, a empresa recebeu um contrato de US$ 2 milhões com a partilha de investigações de segurança interna, mas foi suspenso para verificar conformidade com ordens executivas do governo Biden sobre o uso de spyware.

Venda da companhia à uma empresa de capital privado dos Estados Unidos aguarda autorização israelense. A empresa também está sob investigação por potenciais abusos relacionados ao uso de spyware.

WhatsApp enviou uma missiva de “sobrestar e desistir” (uma informação solene de que as ações são ilegais) à Paragon e está avaliando medidas judiciais. O ataque foi interrompido em dezembro, mas não se sabe quanto tempo os alvos estiveram sob risco.

Meta afirma que está notificando todos os usuários que foram afetados. Empresa diz que WhatsApp vai continuar protegendo a privacidade dos usuários.