Uma das lendas do tênis e considerado o maior jogador da história no saibro, Rafael Nadal anunciou nesta quinta-feira que vai se reformar. O possessor de 22 títulos de Grand Slam fará seus últimos jogos na período final da Despensa Davis, ao tutelar a Espanha diante de sua torcida, em Málaga, entre os dias 19 e 24 de novembro.
Aos 38 anos, Nadal enfrentou uma série de lesões nas última duas temporadas, quando mal conseguiu emplacar uma sequência de jogos. “Eu me retiro do tênis profissional. A verdade é que têm sido anos difíceis, principalmente os dois últimos. Creio que não fui capaz de jogar sem limitações, o que me levou a tomar esta decisão”, disse o desportista, em vídeo publicado nas redes sociais.
“Nesta vida, tudo tem um primórdio e um término e acho que é o momento favorável para pôr término a uma curso que tem sido longa e muito mais bem-sucedida do que eu poderia ter imaginado. Estou muito entusiasmado que meu último torneio será a final da Despensa Davis e representando meu país. Acho que fechei o círculo, já que uma das minhas primeiras grandes alegrias uma vez que tenista profissional foi a final da Despensa Davis em Sevilla em 2004”, afirmou o espanhol.
Nadal ajudou a mudar a história do tênis ao lado do suíço Roger Federer e do sérvio Novak Djokovic nas últimas duas décadas. Juntos, formaram o chamado “Big 3”, que começou a se desfazer em 2022, quando Federer anunciou sua aposentadoria. O próximo da lista agora é Djokovic, que vem evitando falar sobre o tópico, mas já indicou que agora só se concentra em grandes torneios.
Os três protagonizam potente rivalidade entre eles, dividindo os principais torneios do rodeio neste período. Mesmo diante dos grandes adversários, Nadal brilhou em todos os pisos, com destaque para Roland Garros, no qual se sagrou vencedor por incríveis 14 vezes, um recorde entre todos os Grand Slams. Foram ainda quatro troféus do US Open e dois tanto no Destapado da Austrália quanto em Wimbledon.
Assim, o espanhol somou 22 títulos de Major, sendo o segundo maior vencedor da história, detrás somente das 24 conquistas de Djokovic – Federer somou 20. As imagens dos dois rivais aparecem no vídeo em que Nadal anuncia sua aposentadoria enquanto agradece ao mundo do tênis pelo suporte a sua curso.
“Eu sinto uma grande sorte por todas as coisas que pude viver. Quero agradecer a toda a indústria do tênis, a todas as pessoas que englobam esse esporte e aqueles que foram meus companheiros durante tantos anos, principalmente meus grandes rivais. Passei muitas horas com eles, vou registrar os momentos vividos com eles pelo resto da minha vida”, comentou Nadal.
Com fulgor que extrapolou as fronteiras do tênis, o espanhol é considerado também um dos maiores atletas da história. Ele se sagrou vencedor olímpico por duas vezes, em simples nos Jogos de Pequim-2008, e nas duplas no Rio-2016.
Outrossim, recebeu o reconhecimento fora de quadra. Em 2011 e 2021, recebeu o prêmio de Esportista do Ano pelo Laureus, o Oscar do Esporte. Em 2022, Nadal entrou na lista da revista Time das 100 pessoas mais influentes do mundo. Ele acumulou ainda diversas premiações, medalhas e honrarias na Espanha e na França, onde brilhou em Roland Garros, nos últimos anos, em reconhecimento por suas contribuições ao esporte.
Antes de sua despedida solene, no próximo mês, Nadal soma zero menos que 92 títulos em sua curso. O saldo até agora é de 1.080 vitórias e 227 derrotas, um aproveitamento impressionante de 82,6% de aproveitamento, um dos melhores da história. E, de premiação, embolsou US$ 135 milhões, muro de R$ 750 milhões.
Entre outros feitos, Nadal é um dos três homens a fechar o chamado Golden Slam, que consiste em vencer os quatro Grand Slams e a medalha de ouro em simples na Olimpíada. Somente o americano Andre Agassi e Djokovic alcançaram a marca no masculino. No feminino, somente a alemã Steffi Graff e a americana Serena Williams. Nadal liderou o ranking por 209 semanas e terminou cinco temporadas na posição de número 1 do mundo.
Em novembro, ao tutelar a Espanha, Nadal tentará levantar o troféu pela quinta vez, uma vez que fizera em 2004, 2009, 2011 e 2019. Ele deve formar dupla com Carlos Alcaraz, considerada a novidade estrela do tênis espanhol, uma vez que aconteceu nos Jogos de Paris-2024, onde não chegaram a fulgurar por medalha.
Nadal estreou entre os profissionais em 2004. E, no ano seguinte, começou a dominar o rodeio, no qual obteve incríveis 11 títulos em 2005, seu recorde. Mesmo com seguidas lesões, no pé, joelhos, quadril e abdómen, ele esteve no topo do tênis até 2022, quando um problema no quadril quase antecipou sua aposentadoria.
O espanhol jogou somente dois torneios em 2023. E, nesta temporada, ele fez um esforço extra para passar mais tempo em quadra, com sete competições. No entanto, estava longe de repetir as grandes apresentações do seu auge. Seu maior objetivo era disputar a Olimpíada, na França, onde também não se destacou.
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