Aneel tem diretor de férias e fica desfalcada em novo apagão em SP

(FOLHAPRESS) – O diretor da Aneel (Dependência Pátrio de Força Elétrica) Ricardo Lavorato Tili está de férias e deixou o órgão desfalcado em meio ao apagão que atingiu São Paulo.

 

Por regimento, a Aneel deveria narrar com cinco diretores, sendo um deles o diretor-presidente, mas a sucursal está com uma vaga em desimpedido, por falta de indicação e nomeação pelo governo. Com as férias de Tili, portanto, restaram unicamente três diretores para as decisões.

Na última terça-feira (8), Tili cumpriu sua agenda e participou da reunião semanal da sucursal. Depois, anunciou que ficaria dez dias fora. Ele retorna na segunda (21). As férias se deram em meio à crise do processo de transferência da Amazonas Distribuidora para a Âmbar Força, empresa do grupo J&F, controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

A transação tinha de ser concluída até o dia 10, data em que a medida provisória que viabilizava a transação venceria.

Para complicar ainda mais a situação do comando da sucursal, veio o apagão da Enel em São Paulo, situação de caos universal no aprovisionamento que ainda perdura em secção da cidade.

Em reunião realizada nesta terça (15), compareceram ao encontro na sucursal unicamente o diretor-geral, Sandoval Feitosa Neto, que presidiu os trabalhos, o diretor Fernando Luiz Mosna Ferreira da Silva e a diretora Agnes Maria de Aragão da Costa.

A reportagem procurou Ricardo Tili. Perguntado se já havia programado a data de suas férias ou se houve alguma emergência que justificasse o seu retiro neste momento, ele respondeu que tudo já estava organizado há meses para a sua saída, durante alguns dias.

“Sei do momento difícil que passa o setor, mas informo que minhas férias já estavam marcadas antes mesmo da medida provisória da Amazonas [Distribuidora]. Informo também que, na segunda-feira, estou de volta a sucursal”, afirmou.

Perguntado se chegou a julgar, em qualquer momento, a possibilidade de diferir seu recesso temporário, disse que não. “Veja muito. Mesmo já marcada minhas férias, a última RPO [reunião pública ordinária] antes do vencimento da MP [da Amazonas Eneria] seria dia 8, a qual participei. Quanto ao problema da Enel, ainda não há nenhum processo na tarifa da Aneel”, comentou Tili.

“Posso expor que estou no Brasil e escoltado de perto tudo que acontece”, disse.

O diretor em férias disse que a fiscalização da sucursal ainda apura o ocorrido em São Paulo para instruir o caso e enviar à avaliação da diretoria. “Relato que todos os processos instruídos pela fiscalização foram apreciados pelo colegiado. Inclusive, fui relator do processo que aplicou a multa de R$ 165 milhões na Enel, pelo apagão do ano pretérito”, comentou.

Uma vez que mostrou a Folha de S.Paulo, essa multa de R$ 165 milhões, muito porquê outras já aplicadas pela sucursal, não foram pagas, depois serem judicializadas pela Enel, sob a justificativa de que não teria de ser responsabilizada pelos efeitos das tragédias climáticas.

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