Apesar de ser natural que o ciclo se torne cada vez mais longo, o momento em que tal ocorre pode ser um indicador de problemas cardíacos, revela uma pesquisa publicada no jornal científico Menopause e citada pela prestigiada revista Galileu.
Investigadores analisaram os dados de 428 mulheres e examinaram 1808 ciclos menstruais, e detectaram três trajetórias de duração do ciclo durante o período de transição para a menopausa, nomeadamente:
. Estáveis, isto é sem alterações no tempo de duração;
. Aumento tardio, nomeadamente alterações que ocorreram dois anos antes da menopausa começar;
. Aumento precoce, ou seja modificações que surgiram cinco previamente à menopausa.
De acordo com a revista Galileu, as voluntárias que registraram um aumento tardio apresentaram igualmente melhores resultados relativamente à sua saúde cardíaca, quando em comparação com aquelas que mantiveram os ciclos estáveis.
Entretanto, no caso das mulheres com alterações cinco anos antes da instalação definitiva da menopausa, os riscos cardiometabólicos foram significativamente superiores. O que para os cientistas se deve à diminuição prematura dos hormônios, em particular do estrogênio.
Além da saúde reprodutiva, este hormônio também é responsável pela manutenção da saúde cardiovascular das mulheres. Sendo que se estas acabam por ter uma menor exposição ao estrogênio no começo da transição para a menopausa, a probabilidade de problemas cardiovasculares pode ser especialmente notório.
Segundo estudo, referiu a revista Galileu, as mulheres com um aumento tardio registraram, após a menopausa, uma menor espessura da artéria carótida e índices mais diminutos de velocidade da onda de pulso do tornozelo braquial, comparativamente às participantes que mantiveram os ciclos numa duração estável. Carótidas menos espessas indicam que o sangue flui com mais facilidade – o que por sua vez significa um risco reduzido de bloqueios que podem levar ao desenvolvimento de aterosclerose.
“Padrões na duração dos ciclos durante a transição para a menopausa parecem ser um marcador para a saúde vascular futura”, disseram os autores do estudo.
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