Aeroporto de Congonhas vai reduzir nº de voos; veja como será funcionamento durante as obras

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, iniciou oficialmente nesta quarta-feira, 11, as obras de ampliação e modernização. Para diminuir o impacto da mediação, que terá investimentos de R$ 2,4 bilhões até 2028, a principal conexão de destinos domésticos do País vai reduzir o número de voos diários.

 

A informação foi confirmada pela concessionária Aena, responsável pelo aeroporto desde outubro do ano pretérito. Os planos são reduzir os 44 voos por hora para 40, diminuindo as atividades da aviação executiva. Durante as obras, o terminal seguirá operando normalmente.

Esses quatro voos a menos vão simbolizar uma “gordura” diante das eventualidades, uma vez que explicou Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil. “Nosso duelo é manter o número de voos e uma boa performance. Esses 4 voos vão simbolizar um buffer, uma gordura para fazermos a obra com menor impacto na aviação com um todo” , afirmou.

A concessionária diz que Congonhas opera com 44 movimentos por hora, 80% da capacidade máxima (55 voos por hora).

O aeródromo vai lucrar um terminal de passageiros com o duplo do tamanho atual, passando a somar mais 100 milénio m², novas pontes de embarque e 20 milénio m² para áreas comerciais. Congonhas também vai poder receber aeronaves com maior capacidade uma vez que o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10. A previsão de entrega é junho de 2028.

O início das obras representa um duelo para o Aeroporto de Congonhas diante de um problema que vem se repetindo: atrasos e cancelamentos de voos, seguidos de filas e queixas de passageiros. Relatório do Departamento de Controle do Espaço Airado (Decea), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), pôs recentemente Congonhas entre os aeroportos com menor pontualidade.

Os transtornos, para especialistas ouvidos pelo Estadão, estão ligados à operação do terminal perto do limite da capacidade. A concessionária e as companhias aéreas atribuem os atrasos às condições meteorológicas adversas, uma vez que tempestades e ventanias.

O Aeroporto de Guarulhos tem o maior número de movimentações diárias no País. Lá, a capacidade máxima é de 60 movimentos por hora, mas nem todas as faixas horárias atingem o limite. Em Congonhas, o segundo com mais operações do Brasil, a capacidade é quase totalmente utilizada ao longo do dia.

O pregão do início das obras com o lançamento da pedra fundamental contou com a presença de Maurici Lucena, presidente da Aena, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Fruto, e o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth.

Lucena afirma que os R$ 2,4 bilhões que serão investidos representam o maior aporte da companhia fora da Espanha. Para o ministro Costa Fruto, os “investimentos vão mudar significativamente a aviação no Estado de São Paulo”.

Obras serão divididas em fases

Outra estratégia da concessionária para limitar os impactos é dividir a ampliação em fases. Neste ano, a concessionária iniciou a ampliação da sala de embarque remoto e a reforma dos banheiros, que deve ser finalizada no primeiro trimestre de 2025.

“Fizemos seis meses de estudos para detalhar esse faseamento e verificar que ele é conciliável. Nossa expectativa é trazer menor impacto provável”, diz Santiago Yus.

– primeira temporada: inclui demolição de estruturas, instalação de canteiro de obras e melhorias na pista de taxiamento.

– segunda temporada: abrange a transferência das companhias para novos hangares, dando início à construção do píer do novo terminal.

– terceira temporada: serão instaladas as pistas de embarque e o sistema de processamento de bagagens.

Para melhorar a circulação no entorno, a concessionária pretende gerar 72 vagas para motoristas por aplicativos.