SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Celso Vilardi, legisperito que compõe a equipe de resguardo de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira (20) pedir a anulação da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, amplamente utilizada em denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Universal da República) sobre a trama golpista de 2022.
Ele criticou o curso do processo em entrevista à GloboNews e o traje de o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federalista), ter ouvido Cid. Para ele, um novo testemunho deveria ser tomado pela Polícia Federalista ou pelo Ministério Público Federalista.
“Cadê os juristas, cadê os advogados que criticaram a Lava Jato? Qual é o recado que nós vamos passar para o país admitindo uma delação uma vez que essa?”, perguntou. “Precisamos ter zelo porque é grave o que está acontecendo.”
Para Vilardi, que integra a equipe de defensores do ex-mandatário desde janeiro, o Judiciário deve atuar exclusivamente para homologar a delação de consonância com o que foi dito à PF ou ao MPF.
O legisperito disse que a resguardo tentará mostrar a não-participação de Bolsonaro no projecto de golpe, e afirmou ver inconsistências na denúncia da PGR.
“Não há incerteza de que existiram atos graves narrados na denúncia. A questão agora é a verificação da participação de cada pessoa em atos que aconteceram (…). Estou convicto de que o presidente não participou de uma questão relativa a um golpe de Estado”, reiterou.
A procuradoria denunciou Bolsonaro e outros 33 por envolvimento em um projecto de golpe, apontando o ex-presidente uma vez que o líder desse grupo. Uma vez que o UOL mostrou, além da delação de Cid, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se baseou em documentos, mensagens e outras provas para embasar a denúncia.
Vilardi disse, ainda, pedir o julgamento do caso no plenário do STF, e criticou a eventual estudo na Primeira Turma, uma vez que tem sido aventado na incisão. “O julgamento justo é a única forma de preservar a democracia”, acrescentou.
A Primeira Turma é atualmente composta por Moraes, o relator do caso, e pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.
Nesta quinta, a resguardo pediu a Moraes o prazo de 83 dias para averiguar a denúncia, alegando a premência de “paridade de armas” com o Ministério Público. Para a resguardo, Bolsonaro deveria ter recta ao mesmo tempo que a criminação demorou para averiguar todo o teor da investigação que levou à denúncia.