SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Preso por tentar matar a ex-mulher e o namorado, o prefeito de Iporá (GO), Naçoitan Leite (sem partido), nomeou um gestor municipal para assumir a Prefeitura.
Nomeação foi feita pelo prefeito por tempo indeterminado. Quem assumiu provisoriamente a gestão municipal foi Danilo Gleic Alves dos Santos. A nomeação foi assinada por Naçoitan na última sexta-feira (1º).
Novo gestor já foi prefeito de Iporá. Santos é antecessor do atual prefeito. Ele foi eleito em 2012 pelo PSDB e governou a cidade por quatro anos.
MP denunciou prefeito por tentativa de feminicídio
O MP (Ministério Público) de Goiás abriu denúncia contra Naçoitan. O prefeito foi acusado de tentativa de feminicídio contra a ex. A denúncia cita ainda a tentativa de homicídio contra o namorado da ex, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual.
O promotor também considerou que Naçoitan cometeu os ataques por motivo torpe. O prefeito e a ex-mulher foram casados por sete anos, mas estavam separados.
Disparos foram feitos com uma pistola calibre 9 mm, mas não atingiram as vítimas. Ao todo, o prefeito deu 15 tiros após derrubar o portão da casa da ex-mulher com um carro, tentar entrar no quarto dela e disparar contra a porta.
A ex-mulher e o namorado estavam dormindo no momento da invasão. Eles acordaram após ouvirem gritos do prefeito, ainda do lado de fora da casa.
Promotor pediu a manutenção da prisão preventiva do prefeito. Ele se entregou cinco dias após o ataque.
Procurada pelo UOL, a defesa de Naçoitan disse que não iria comentar a denúncia. O advogado Thales José Jayme disse que não teve acesso ao documento e só vai se manifestar após ler a íntegra das acusações.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.