Após a conquista do vice-campeonato brasileiro, Abel Braga confirmou já na madrugada desta sexta-feira que está deixando o Internacional. Abatido, o treinador revelou seu choro e do elenco após o empate sem gols com o Corinthians, resultado que impediu o título. Se tivesse vencido, o time gaúcho encerraria um jejum de quatro décadas.
“Fica o legado. Trabalho muito bom, prazeroso. Sem problema, mas fica a dor. Mais um vice-campeonato, o terceiro com o Inter”, lamentou. “Sei que pelas conquistas deixei muita esperança no torcedor, mas consegui criar na vida. Creio que, pela minha lisura, lealdade ao clube, consegui o que nem em sonho poderia. Ela veio ocorrer justamente no Inter, clube pelo qual prezo, respeito e amo.”
Antes do início da partida, o treinador foi homenageado pela direção do clube com uma placa para marcar seus 340 jogos no comando da equipe, um recorde. “Ficarei sempre torcendo. Esta relação é quase inexplicável. Meus amigos perguntaram o que eu faria no Inter. Saio orgulhoso das pessoas que trabalhei, do que conquistei. Dou um até breve, até logo. Futebol você não sabe o que ocorrerá amanhã. Fica o legado.”
Após a saída de Abel, o Inter deve oficializar o acerto que tem com o técnico espanhol Miguel Ángel Ramirez desde o ano passado. A diretoria ainda desconversa sobre a confirmação do novo treinador.
Na entrevista coletiva em clima de despedida, Abel revelou o sofrimento do time após a perda do título. “Não sei se, pela televisão, dá para ver a cor dos olhos. Foram só lágrimas nos vestiários. A dor não é só porque não levamos algo que todo colorado quer e espera há 41 anos, não. Nos tiraram semana passada, ali sim existia vantagem e opinião unânime, viram o que houve”, afirmou, referindo-se à derrota para o Flamengo, na rodada passada. O resultado levou o rival carioca à liderança da tabela.
Naquele jogo, Abel e os jogadores reclamaram da expulsão direta de Rodinei, o que deixou o Inter com um a menos durante boa parte do jogo. Nesta quinta, as críticas tiveram relação com os três gols anulados a favor da equipe gaúcha, um deles no último minuto do confronto.
“Se ele (árbitro) deixa a jogada seguir, a gente teria uma chance clara de gol. Então parou a nossa jogada, marcou o pênalti e nos tirou o pênalti. Houve erros de forma exagerada de arbitragem. Mas não quero falar que foi isso ou não”, desconversou Abel.
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