Um mês após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a Faixa de Gaza continua a ser um cenário de devastação. Segundo a ONU, mais de 10 mil construções foram destruídas no território palestino, que abriga cerca de 2 milhões de pessoas.
A falta de recursos torna a destruição ainda mais devastadora. A Faixa de Gaza é um território cercado por Israel e pelo Egito, que impõem um bloqueio severo ao comércio e à movimentação de pessoas. Isso dificulta o envio de ajuda humanitária para a região.
As imagens aéreas mostram prédios destruídos em todo o território. No distrito de al-Zahra, no sul da Cidade de Gaza, uma nuvem de poeira se eleva sobre os escombros de casas e edifícios.
“Havia apenas o cheiro de cadáveres e pólvora”, relatou Ameen Abed, de 35 anos, ao jornal americano The New York Times, após os ataques aéreos que destruíram na última semana o bairro densamente povoado de Jabaliya.
Os militares israelenses disseram que haviam matado um líder do Hamas que ajudou a planejar o ataque de 7 de outubro que vitimou mais de 1.400 pessoas em Israel e que o bombardeio havia atingido uma rede de túneis do grupo armado palestino que, segundo eles, estava sob a área residencial.
Ataques aéreos como esse deixaram mais de 10 mil mortos na região. Na cidade de Gaza, localizada na porção norte do território, dezenas de corpos chegaram a ser enterrados em valas comuns.
Os hospitais da Faixa de Gaza estão lotados e sofrem com a falta de insumos e equipamentos para atender as vítimas do conflito. Cerca de 4,1 mil mortos na Faixa de Gaza são menores de idade, segundo a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Metade da população de Gaza não tem 18 anos.
“A situação nos hospitais é miserável… De fazer você chorar. Não há equipamentos, as pessoas ficam amontoadas umas em cima das outras”, disse, ao canal de televisão CNN, Rajaa Musleh, uma mulher de 50 anos que atua como representante da instituição de caridade de saúde MedGlobal.
No Hospital al-Shifa, segundo Musleh, amontoam-se pessoas e lixo ao longo dos corredores. Moradores de Gaza, explica ela, acreditam que as unidades de saúde são locais mais seguros em meio aos ataques aéreos.
“O cheiro da morte está por toda parte. O cheiro de sangue está por toda parte”, acrescentou ela.
As equipes médicas seguem dias trabalhando sem parar, segundo profissionais de saúde palestinos. É o caso de Alaa Shitali, que trabalha na emergência do al-Shifa.
“Estamos trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana. É muito difícil”, disse Shitali. “Estamos cansados, mas estamos comprometidos em salvar vidas.”
A guerra entre Israel e o Hamas é a mais sangrenta já registrada na Faixa de Gaza. O conflito deixou mais de 23 mil mortos e mais de 100 mil feridos.
Ainda não há previsão de quando a guerra terminará. As negociações de paz entre Israel e o Hamas estão paralisadas.
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