Depois de se reunir com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o embaixador de Israel, Yossi Shelley, afirmou ter tido uma “conversa muito positiva” com o chefe do Executivo. O encontro ocorreu após Bolsonaro anunciar na quinta-feira, 11, que se reuniria de forma virtual com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, para tratar sobre um remédio ainda em estudo para combater a covid-19.
“Foi uma conversa muito positiva”, disse o embaixador na saída do Palácio do Planalto.
Ele confirmou que houve uma “conferência por telefone” com Netanyahu. Ele também confirmou que foi tratado sobre a vacina e o medicamento em spray em estudo por cientistas israelenses. Sem dar maiores detalhes, Shelley sugeriu perguntar ao presidente sobre mais informações em da conversa.
Na agenda oficial do presidente desta sexta-feira, não consta compromisso com Shelley ou a reunião com o primeiro-ministro, apenas uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na quinta, durante sua live semanal, Bolsonaro disse que iria conversar nesta sexta-feira com Netanyahu.
“Já está acertado o encontro virtual entre eu e Binyamin Netanyahu para falarmos sobre esse novo spray que está servindo, pelo menos experimentalmente ainda, para pessoas em estado grave”, disse o presidente na noite da quinta-feira.
O remédio mencionado por Bolsonaro é a nova aposta do governo para tratar o novo coronavírus, após meses de defesa da hidroxicloroquina, que também não tem comprovação contra a doença. A droga em estudo pelos israelenses, contudo, ainda necessita de mais testes.
Na semana passada, Israel anunciou que o medicamento experimental, originalmente usado para o tratamento de câncer no ovário, pode ajudar na recuperação de pacientes com coronavírus. Cientistas israelenses afirmaram que 29 dos 30 pacientes com casos moderados a graves de covid-19 tratados com EXO-CD24 tiveram uma recuperação completa em cinco dias. O estudo, no entanto, não comparou a droga a um placebo.
Bolsonaro considerou o anúncio “uma tremenda notícia”.
Segundo ele, a ideia é trazer o remédio para o Brasil para submetê-lo para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O presidente destacou que está debatendo o assunto com o ministro Ernesto Araújo.
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