Estudantes de Santos criam sistema sonoro para ajudar deficientes visuais no transporte público

sistema sonoro deficiente visual

Tudo começou quando um grupo de estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Dona Escolástica Rosa se deu conta das dificuldades de um colega deficiente visual tinha em se locomover sozinho. E assim, juntas, elas desenvolveram um sistema sonoro para auxiliar e dar autonomia aos passageiros cegos na cidade.

Carla da Silva Ribeiro, Juliana Entenza Santos e Rúbia do Amaral Ferreira Conceição vivem em Santos e passaram um ano inteiro criando um trabalho de conclusão de curso inclusivo que tinha como objetivo facilitar a vida dos deficientes visuais na cidade de Santos. Intitulada ‘Transporte público, deficientes visuais e a mobilidade urbana’, a pesquisa se baseou em sistemas similares já instalados em trens e metrô de algumas cidades.

Estudantes de Santos criam sistema sonoro para ajudar deficientes visuais no transporte público - Na foto, passageiros em ônibus
Foto: Unsplash

O professor orientador, José Angelo Justo Alvarez, explica que suas alunas desenvolveram uma série de atividades para a integração do jovem cego em todas as turmas da Etec. Orgulhoso do resultado, ele diz sempre ter acreditado no potencial deste trabalho. Afinal de contas, pensar em mobilidade é uma pauta essencial, não é mesmo?

Segundo as alunas, para que a proposta funcione, os passageiros teriam que receber um aparelho transmissor do órgão público competente e, em seguida, cadastrar a linha desejada. Desta maneira, no momento em que o veículo se aproximar do ponto de ônibus, será emitido um sinal para o motorista, alertando que um deficiente visual deseja subir no próximo ponto. O condutor, então, aciona um alto-falante com o nome da linha para alertá-lo.

Estudantes de Santos criam sistema sonoro para ajudar deficientes visuais no transporte público - Na foto, cego com sua bengala
Foto: Freepik

O dispositivo funcionará via GPS, com transmissão de informações em tempo real, como o nome da rua e o ponto de referência. No entanto, para que a configuração esteja sempre atualizada, seria necessário o suporte de uma empresa especializada nesse serviço.

O trabalho começou com uma pesquisa de campo com alguns deficientes visuais – ninguém melhor do que eles para criar um sistema eficiente. Por meio de uma série de entrevistas com o Lar das Moças Cegas, elas compreenderam o motivo de muitos deficientes precisarem de um acompanhante para sair de casa. “A partir daí, chegamos ao consenso de que o deficiente visual luta pela sua independência, mas depende de outra pessoa para usar o transporte público por não ter a informação exata sobre sua localização”, explicaram.

E sabe o melhor de tudo? Graças a este TCC maravilhoso a vereadora Audrey Kleys criou o PL (Projeto de Lei) 251/2019 que, atualmente, aguarda para entrar na pauta da Diretoria Legislativa para discussão no plenário da Câmara dos Vereadores de Santos. Viva 🎉

Fonte: Ciclo Vivo

EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar