O Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” registrou, entre julho e agosto deste ano, o nascimento de um filhote de macaco-aranha-de-testa-branca (Ateles marginatus), dois filhotes de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) e dois filhotes de mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas). Toda a equipe técnica do Zoo comemora bastante o fato, pois todos esses primatas brasileiros estão ameaçados de extinção na natureza.
Com isso, o Zoo de Sorocaba, mais uma vez, cumpre com um de seus papéis fundamentais, que é o da conservação das espécies. O sucesso na manutenção e reprodução dessas espécies ameaçadas é reflexo dos vários cuidados que esses animais recebem da equipe técnica do Zoológico, que incluem: alimentação adequada, atendimentos veterinários, recintos com ambientação e observação constante da saúde e do comportamento dos animais, entre outros.
O sauim-de-coleira é uma espécie endêmica da Floresta Amazônica brasileira, isso quer dizer que ele é encontrado em apenas um determinado local do mundo. No caso desse primata, sua área de ocorrência é restrita a Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, três municípios do Amazonas. O crescimento populacional humano, que gera a perda de habitat causada pela expansão das cidades, é uma das ameaças aos sauins, que têm enfrentado acentuado declínio populacional. Trata-se de uma das espécies de primatas mais ameaçados do mundo e está classificada como criticamente em perigo de extinção.
Já, o mico-leão-de-cara-dourada é uma espécie endêmica da Mata Atlântica do Brasil e, atualmente, é encontrada no Sul da Bahia. Assim, como o sauim-de-coleira, o mico-leão sofre com a redução e fragmentação do seu habitat e está classificado como em perigo de extinção.
O Zoológico de Sorocaba possui duas famílias de sauins-de-coleira e uma família de mico-leão-de-cara-dourada. Um fato curioso sobre essas espécies é que o cuidado com os filhotes é dividido entre os membros da família, o pai carrega os filhotes em grande parte do tempo, protegendo-os de possíveis ameaças e a mãe amamenta e cuida deles. Além disso, os irmãos mais velhos também participam no cuidado, ajudando a carregá-los.
Por fim, o macaco-aranha-de-testa-branca é uma espécie endêmica da Floresta Amazônica brasileira, encontrado no Pará e no Maranhão. A espécie está classificada como em perigo de extinção e sua distribuição geográfica coincide com a área conhecida como “arco do desmatamento”. O macaco-aranha-de-testa-branca vive em grandes grupos, compostos por vários machos e várias fêmeas, variando de 15 a 25 animais.
Administrado pela Sema, o “Quinzinho de Barros” é considerado um dos mais completos zoológicos da América Latina, classificado pelo Ibama na categoria A, que é a mais elevada. Além da conservação das espécies, o parque desempenha um importante trabalho de pesquisa, bem-estar animal, educação ambiental e lazer, que são as cinco funções de um zoológico moderno.
O Parque Zoológico Municipal está localizado na Rua Theodoro Kaisel, 883, na Vila Hortência, e é aberto de terça a domingo, das 9h às 17h, sendo que a bilheteria funciona até as 16h. Os ingressos custam R$ 8, para pessoas de 12 a 59 anos; e R$ 4, para crianças de 6 a 11 anos, além de estudantes dos ensinos Fundamental, Médio, Técnico ou Superior, reconhecidos pelo MEC, mediante comprovação de matrícula ou carteira estudantil dentro do prazo de validade. Crianças até 5 anos, idosos acima de 60 anos completos e pessoa com deficiência, garantindo-se também ao seu acompanhante, quando necessário e quando comprovada essa condição, são isentos de pagamento do ingresso.
Fotos: Nathália Rodrigues/Secom