O São Paulo viverá os seis dias mais decisivos da temporada. Nesta quinta-feira, pega o San Lorenzo pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, às 19h, no Morumbi. A derrota por 1 a 0 na ida obriga o time tricolor a ganhar por dois gols de diferença para se classificar sem precisar dos pênaltis. Na próxima quarta, o compromisso é diante do Corinthians pela Copa do Brasil, mas o cenário é o mesmo.
O apogeu da passagem de Dorival Júnior no comando técnico do São Paulo pode ter vindo cedo demais. A euforia pela classificação sobre o rival Palmeiras antecedeu uma queda na produtividade do grupo que, consequentemente, veio acompanhada de cinco jogos sem vitórias. Neste período, só o Bahia foi incapaz de derrubar o conjunto tricolor e ficou no empate sem gols. Nos demais, quatro derrotas.
O roteiro da má fase do São Paulo é repetido. Em todos os cinco confrontos, teve posse de bola expressiva, uma média de 67%. A pontaria tem deixado a desejar. Muitos chutes muito distantes do gol. Todos os sinais apontam que San Lorenzo e Corinthians devem se postar da mesma forma para aproveitar a dificuldade de criação tricolor. Os recém-chegados James Rodríguez e Lucas Moura poderiam ser soluções, mas não estarão disponíveis para esses dois compromissos em duelos mata-mata.
“A preocupação existe, mas ela não pode se tornar uma obsessão. Não temos feito jogos ruins. Pecamos em momentos de finalização. É uma realidade. Temos construído oportunidades claras e não convertemos em gol. Não podemos criar em cima de duas decisões um ambiente de que tudo seja negativo e questionável. Vamos motivar a equipe para não jogar fora tudo o que realizamos”, afirmou Dorival.
A classificação diante do San Lorenzo, porém, pode ser crucial para acalmar a torcida para o jogo com o Corinthians. Obviamente, falhas em clássicos não são facilmente perdoadas ou esquecidas, mas se manter vivo em um dos torneios ganhou caráter inconfundível.
Em campo, o São Paulo deve contar com os retornos do zagueiro Arboleda e do volante Gabriel Neves. Finalização e bola parada estiveram no foco das atividades ao longo da semana. No ataque, a dupla formada por Luciano e Calleri está mantida.
O San Lorenzo, por sua vez, não teve compromissos no fim de semana e pôde se dedicar exclusivamente à preparação para o jogo desta quinta. Na Argentina, soou mal uma declaração do lateral Rafinha sobre a postura do time de Almagro na ida. “É uma equipe que não joga, só se defende”, disse ele. O treinador Rubén Insúa respondeu a afirmação. “Essa é a nossa ideia de jogo. Quando não temos a bola, os 11 jogadores devem contribuir com a defesa. Não soube que ele disse isso, mas concordo com o Rafinha. Vamos jogar da mesma forma em casa ou fora”.