RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Dez pessoas morreram na manhã desta quarta-feira durante operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro em favelas da zona norte e oeste da cidade. Nenhum dos mortos era policial.
Durante a operação foram apreendidos cinco fuzis, uma submetralhadora, quatro pistolas, granadas, rádios comunicadores e drogas.
A ação ocorre em meio à determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendeu em junho todas as operações policiais no Rio enquanto durar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia da Covid-19.
A ação ocorreu nas comunidades da Caixa D’Água e do Morro do 18, em Quintino, do Morro do Urubu, em Pilares, do Flexal, no Engenho da Rainha, e da Barão, Bateau Mouche e Chacrinha, na Praça Seca. Esses territórios são disputados pela milícia e pelo tráfico de drogas.
A polícia afirma que foi atacada por criminosos armados em diversos pontos das favelas, o que teria iniciado confrontos que resultaram nas mortes. Outras 11 pessoas foram presas.
A corporação diz que a ação teve como objetivo estabilizar a região, disputada pelo crime. De acordo com a Polícia Militar, as facções desejam ampliar o tráfico de entorpecentes e controle de serviços fornecidos à população local, como a venda de gás e o fornecimento de internet e TV a cabo, práticas típicas das milícias.
Segundo decisão do ministro Edson Fachin, apenas incursões excepcionais poderiam acontecer. A restrição foi confirmada em agosto pelos demais ministros, no plenário.
O aumento do número de mortes por intervenção policial no Rio em outubro, a despeito da decisão do STF, levou Fachin a exigir respostas do governo fluminense.
O ministro determinou em novembro que o estado do Rio de Janeiro apresentasse os motivos para a realização das operações, com cópia dos ofícios encaminhados ao Ministério Público, assim como a descrição dos cuidados tomados durante as ações.
De junho a setembro, após a decisão do Supremo, o número de mortes por intervenção do Estado caíram drasticamente no Rio. Em outubro, no entanto, dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) mostram que o índice voltou ao patamar anterior à determinação.
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