O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou três ordens executivas com o objetivo de reunir famílias separadas durante a administração Trump e fazeruma revisão profunda das políticas de imigração do antecessor.
Ao tentar impedir a imigração ilegal, o ex-presidente Donald Trump determinoua separação de adultos sem documentosde crianças, na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Entre 2017 e 2018,pelo menos 5.500 crianças foram separadas dos adultos com que viajavam, numa política de “tolerância zero
Ainda que a política de separação tenha sidoanulada em junho de 2018, após a divulgação deimagens de crianças colocadas em gaiolasdepois de terem sido separadas à força dos seus pais,há mais de 600 crianças que continuam em território norte-americano, em centros de menores ou em famílias de acolhimento, uma vez que as famílias ou os pais não foram localizados.
Até agora, muitos dos adultos acusados de entrarem ilegalmente do país foram julgados pela via penal e outros foram repatriados, sem que as respectivas famílias fossem reunificadas.
Agora, as ordens executivas de Joe Biden vão tentar reunificar essas crianças que continuam separadas das suas famílias. Também a administração democrata do ex-presidente Barack Obama – em que Joe Biden atuou como vice-presidente – foi responsável pela separação de adultos e crianças ao longo da fronteira, ainda que mais raramente e em menor quantidade.
A ordem executiva assinada tem como objetivocriar uma força tarefaque vai supervisionar a reunificação de famílias, sob a liderança do recém-confirmado secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, o primeiro latino-americano e imigrante a ocupar o cargo.
Joe Biden quer que aInteragency Task Force on the Reunification of Familieslimpe a mancha na reputação do país pelo que essas separações causaram.
“Vamos trabalhar para desfazer a vergonha moral e nacional da anterior administração que, literalmente, arrancou as crianças dos braços das suas famílias, dos pais e das mãesna fronteira, sem qualquer plano de os reunificar com as crianças”,afirmou Joe Bidenao assinar a ordem executiva específica sobre a equipeque vai trabalhar para reunir as famílias.
As outras duas ordens executivas, assinadas também nessaterça-feira (2), determinam a revisão profunda das políticas de imigração adotadas por Donald Trump, que reduziram a concessão de asilo, desaceleraram a imigração legal para o país e cancelaram o financiamento para outros países, de onde chegagrande parte desses migrantes.
Joe Biden pretende, com as novas políticas de imigração,facilitar a regularização da situação de cerca de 11 milhões de imigrantes sem documentos que vivem no país.A nova administração manifesta preocupação aindacom a situação dos dreamers(sonhadores), imigrantes que foram levados para os Estados Unidos pelos pais quando eram menores de idade.
O presidente quertambém a”revisão de cima para baixo dos recentes regulamentos, políticas ou diretrizes que ergueram barreiras ao sistema de imigração legal” dos EUA.
Uma das medidas a ser revista com urgência é da“regra da cobrança pública”, implementada em agosto de 2019, que prevê a rejeição de um visto de residência permanente ou de cidadania a quem recebe algum tipo de assistência social, o que é na prática um‘teste de riqueza’para os imigrantes.
O novo presidente norte-americano, na Casa Branca há precisamente duas semanas, pretende trabalhar com alguns dos países vizinhos da América Centralpara ajudar a resolver os problemas socioeconômicos locais que levam muitas famílias a procurar imigrar. O apoio a esses países foi suspenso durante o mandato de Donald Trump.
Com informações da Agência Brasil
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