Novos desafios para um antigo problema de saúde pública. A malária ainda faz parte da realidade dos municípios paraenses. Em 2022, o estado do Pará registrou mais de 23 mil casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde, obtidos pelo Sivep-Malária. Nos primeiros três meses de 2023, foram registrados mais de 6 mil casos. O motorista e vendedor Antônio Lima Júnior, de 45 anos, conta que pegou malária na própria residência. Ele explica que, por morar próximo a um rio, muitos mosquitos acabam entrando em casa. O morador de Belém revela que passou por momentos difíceis:
“Comecei a ter muita febre, muita dor de cabeça, falta de apetite, dor no corpo e vômito. Eu passei 15 dias com essa doença, eu perdi 9 quilos em 15 dias. É uma doença muito, muito ruim…. e se não fizer o tratamento correto, o tratamento até o final ela pode matar”, conta.
O Pará registrou, de janeiro a março deste ano, mais de 600 casos autóctones de malária por Plasmodium falciparum. Essa espécie está associada às formas mais graves da doença. O número representa um aumento de 40% no número de casos por essa espécie em relação ao mesmo período de 2022. Para Cássio Peterka, responsável pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária do Ministério da Saúde, mesmo com a diminuição, o combate à doença precisa ser mantido com a participação da população, profissionais de saúde e gestores.
“Conseguimos reduzir os casos pelo Plasmodium falciparum e precisamos avançar para alcançar a eliminação da espécie até 2030 e da malária até 2035 no País. Acredito que agora esse é o momento para falar da mudança de chave, é o momento em que a gente precisa trabalhar a eliminação.”
A malária é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Os locais escolhidos pelo vetor para servirem de criadouros são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas de prevenção contra a picada do mosquito como o uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, repelentes e permitir que o agente borrife a casa. Ao apresentar sintomas como dores de cabeça e no corpo, febre e calafrios é preciso procurar rapidamente uma unidade de saúde e fazer o exame. Caso seja positivo, é necessário cumprir o tratamento até o final, mesmo que não apresente mais sintomas. O Exame e o tratamento são gratuitos no SUS.
Unidos vamos combater a malária!
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