Cientistas conseguiram registrar um ciclone no polo norte do planeta Urano. É a primeira vez que esse fenômeno é observado – em 1986, a nave Voyager constatou que havia um redemoinho no polo sul, mas não tinha conseguido visualizar o polo norte. A notícia sobre o ciclone foi publicada na última terça-feira, 23, pela revista norte-americana Geophysical Research Letters.
Sétimo planeta a partir do Sol, Urano é o terceiro maior corpo celeste do nosso sistema solar, composto por oito planetas. Com um diâmetro de aproximadamente 50,7 mil km, seria capaz de acomodar 63 planetas Terra dentro dele. Urano orbita o sol à distância de 2,9 bilhões de quilômetros, quase 20 vezes mais distante que a Terra, e uma volta dele ao redor do sol demora 84 anos. Sua atmosfera é composta principalmente de hidrogênio e hélio, e ele tem cor verde-azulada. Mas, na Terra, pouco se sabe sobre o planeta, tido como um gigante de gelo.
O ciclone foi observado a partir das antenas de rádio do observatório Very Large Array (VLA), no estado do Novo México, nos Estados Unidos. O VLT permite espiar abaixo das nuvens do planeta. A pesquisa foi feita em 2015, 2021 e 2022, e indicou que o ar circulante no polo norte parece ser mais quente e seco do que no restante do planeta isso é característico de um ciclone.
Atmosferas com sinais de vórtice giratório nos polos (ciclones, que giram na mesma direção do planeta, ou anticiclones, que giram na direção oposta) são comuns entre os planetas do Sistema Solar agora, o único que não tem registro desse fenômeno é Mercúrio.
“Novas observações de radiotelescópio de Urano apresentam várias características interessantes, incluindo uma característica compacta no centro do Polo Norte, que parece mais quente do que seus arredores. Esta característica provavelmente indica a presença de um ciclone polar e mostra semelhanças com características polares observadas em outros planetas gigantes do sistema solar”, registra a pesquisa, liderada pelo cientista planetário Alex Akins, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
“Essas observações nos dizem muito mais sobre a história de Urano. É um mundo muito mais dinâmico do que você imagina”, afirmou Akins em comunicado.
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