O Grupo Wagner, a milícia paramilitar liderada por Yevgeny Prigozhin, recorreu a uma criança para apelar ao fornecimento de munições por parte do regime do presidente russo, Vladimir Putin, este domingo.
Imagens publicadas na rede social Telegram mostram um menino vestido de soldado, que detalha que o pai e o tio estão em combate pela Rússia na guerra da Ucrânia – um pelas forças de Moscou e outro através do Grupo Wagner. Também o seu bisavô teria lutado “contra os fascistas”, em 1945, segundo a tradução realizada pela CNN.
“Em 2022, a minha pátria estava novamente em perigo, e o meu pai e o meu tio defenderam-na”, disse, antes de pedir à liderança russa para enviar munições ao grupo paramilitar.
“Sei que juntos vamos derrotar os nazis. Quero que todos voltem vivos”, rematou, no vídeo que pode assistir na galeria acima.
Por seu turno, Prigozhin realçou, na descrição das imagens, que o pedido de munições foi proferido por si, nem pelo general Sergei Surovikin, nem pelos combatentes, “mas por este menino”.
O vídeo foi publicado antes de o líder do grupo paramilitar russo ter anunciado, também este domingo, que o Ministério da Defesa russo prometeu armas e munições para o Grupo Wagner continuar a lutar em Bakhmut, depois de ter ameaçado retirar os seus mercenários da cidade ucraniana, no dia 10 de maio.
As tensões entre o Kremlin e o Grupo Wagner atingiram novas proporções esta sexta-feira, na sequência da divulgação de um vídeo em que o líder daquela milícia militar critica o regime de Moscovo pela falta de munições e a consequente morte dos seus soldados.
Já no sábado, pediu permissão ao exército russo para entregar as posições naquela cidade ucraniana às tropas do líder checheno Ramzan Kadyrov, em protesto pela falta de munições.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.709 civis desde o início da guerra e 14.666 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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