A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou os dados econômico-financeiros relativos ao quarto trimestre de 2022 com informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde. O setor fechou o ano de 2022 praticamente no “zero a zero”, registrando lucro líquido de R$ 2,5 milhões. Comparado com a receita efetiva de operações de saúde – principal negócio – de R$ 237,6 bilhões, esse lucro representa apenas 0,001% (para cada R$ 1.000,00 de receita, R$ 0,01 de lucro).
A agência destaca que a tendência dos resultados anuais no momento pós pandemia (desde 2021) persistiu com a deterioração dos resultados, especialmente em grandes operadoras, após o lucro recorde de R$ 18,7 bilhões em 2020, seguido de lucro de R$ 3,8 bilhões em 2021. Entretanto, o quarto trimestre de 2022 já apresenta sinais de recuperação, na visão da ANS.
Nos números agregados por segmentos regulados pela ANS, o resultado do setor foi positivo para as administradoras de benefícios (R$ 555,57 milhões). As operadoras exclusivamente odontológicas e médico-hospitalares registraram prejuízo anual (R$ 47,3 milhões – 1,29% da receita efetiva de planos de operadoras odontológicas; e R$ 505,7 milhões – 0,22% da receita efetiva de planos de operadoras médico-hospitalares).
“Esse dado negativo é inédito: para as odontológicas significa R$ 1,29 de prejuízo a cada R$ 100,00 de receitas efetivas de seus planos; e para as médico-hospitalares R$ 0,22 centavos de prejuízo para cada R$ 100,00 de receitas efetivas de seus planos. Nessas modalidades, o prejuízo final foi puxado fortemente por grandes operadoras”, afirma a agência reguladora.
Desde 2021, o setor observa queda no desempenho com as operações de assistência à saúde (resultado operacional). A ANS nota que, especialmente nas operadoras médico-hospitalares, nota-se uma “ressaca” pós-Covid, com déficit de R$ 11,5 bilhões no resultado operacional – que subtrai das contraprestações (mensalidades) e outras receitas operacionais os custos diretos da operação: eventos indenizáveis, despesas administrativas, despesas de comercialização e outras despesas operacionais.
Esse prejuízo operacional foi parcialmente compensado pelo expressivo resultado financeiro de R$ 9,4 bilhões no ano, reflexo do aumento das taxas de juros que remuneram as aplicações financeiras das operadoras.
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