A presença elevada da proteína alfa-sinucleína no líquido cefalorraquidiano é “altamente precisa (na identificação) das formas típicas da doença de Parkinson”, afirma estudo liderado pelo neurologista norte-americano Andrew Siderowf, publicado na Lancet Neurology.
A doença de Parkinson, juntamente com a de Alzheimer, é uma das principais condições que afetam o cérebro. No entanto, ainda não se sabe completamente o que causa essa doença progressiva, na qual os pacientes perdem gradualmente a capacidade de se moverem, relata a agência de notícias France-Presse (AFP).
No entanto, vários fatores associados à doença são conhecidos. Há muitos anos, é sabido que os pacientes frequentemente apresentam agregados da proteína alfa-sinucleína.
O estudo da Lancet Neurology, que é o primeiro do tipo realizado em centenas de pacientes, confirma que a presença elevada dessa proteína pode ser amplamente identificada como um indicador da doença.
No entanto, os resultados são variáveis em termos de precisão. Em pacientes com uma mutação genética chamada LRRK2, associada a certas formas de Parkinson, a presença de agregados é menos sistemática.
É necessário ainda determinar se a técnica funciona tão bem em testes sanguíneos, que são muito mais fáceis de realizar do que os testes do líquido cefalorraquidiano.
Mas esse estudo “estabelece as bases para um diagnóstico biológico da doença de Parkinson”, segundo as neurologistas Daniela Berg e Christine Klein, que não estiveram envolvidas no estudo, em um comentário também publicado na Lancet Neurology.
Em sua opinião, está comprovado agora que o papel da alfa-sinucleína “é um agente de mudança no diagnóstico, pesquisa e ensaios clínicos da doença de Parkinson”.
As pesquisadoras consideram particularmente interessante que os autores do estudo também tenham medido a presença de alta concentração de alfa-sinucleína em pacientes que apresentam sinais precoces da doença de Parkinson, incluindo perda de olfato, mesmo antes do diagnóstico da doença.
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