O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez longa defesa da reforma tributária que tramita no Congresso e disse que analistas não têm enxergado todos os seus benefícios para além da simplificação. Segundo Haddad, a reforma vai permitir um “choque de eficiência” na economia brasileira.
Ele se referiu à reforma tributária como uma “agenda de futuro”, capaz de preparar crescimento. Com relação a perspectivas de calendário, ele disse que o governo tem “total condição” de aprovar a reforma na Câmara entre junho e julho e, no Senado, no segundo semestre deste ano.
“Os subprodutos dessa reforma tributária nem sempre são considerados pelos comentadores. Não estamos só falando de simplificação, estamos falando de clareza dos tributos”, disse o ministro. “Vamos substituir um sistema caótico por outro onde as pessoas sabem o que devem. Vamos levar setores que não estão encadeados do ponto de vista tributário, mas que já estão encadeados do ponto de vista econômico”, continuou Haddad.
Nessa linha, ele afirmou, será possível alargar a base de arrecadação incidente sobre consumo sem majorar alíquotas. O ministro reiterou que haverá mais imposto sobre renda e menos tributos sobre consumo. “Isso se aproxima dos melhores sistemas tributários do mundo”, disse, ao listar impactos sobre todos os setores da economia.
Para Haddad, a carga tributária sobre a indústria, por exemplo, está no “limite do suportável”, um dos fatores sobre o encolhimento do setor. Ele garantiu que as tributações sobre a indústria e exportações serão contempladas na nova legislação. “As regras de transição dão conforto tanto a empresas quanto aos gestores públicos das três esferas de governo”, comentou.
O pacote da reforma junto com as novas regras fiscais devem proporcionar maior estabilidade fiscal e social, disse ele.
Neste ponto, Haddad explicou que a reforma vai trazer benefícios para a baixa renda porque essa faixa da população “consome mais produtos sobretributados do que itens subtributados”.
O ministro afirmou, ainda, que a reforma vai contribuir para enfrentar os desafios dos fundos regionais, que “precisam ser repensados” para garantir “desenvolvimento equilibrado em termos regionais.
No mais, a reforma deve desinchar e diminuir os custos da Justiça. “Mais de 30% de todo litígio no poder Judiciário tem como pano de fundo disputas tributárias. O Judiciário custa 1,8% do PIB. Quase metade disso tem a ver com os sistema tributário”, disse o ministro.
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