A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu nesta segunda-feira, 25, que os bancos centrais “não podem ignorar” as mudanças climáticas e precisam ter um papel para combatê-las. Durante evento em Frankfurt, Lagarde disse que “a inação tem consequências negativas” e que as implicações de não se combater o problema já são visíveis, como no fato de que os últimos seis anos foram os mais quentes já registrados e que 2020 foi o ano mais quente da história da Europa.
Lagarde notou ainda o aumento de desastres naturais, que só no ano passado custaram US$ 210 bilhões. Nesse quadro, há mais disposição política entre reguladores e fiscais para acelerar a transição para uma economia neutra em carbono, comentou ela.
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A dirigente disse que há riscos nessa transição econômica, mas considerou que vale a pena enfrentá-los. Os próximos passos na Europa virão por meio do Sistema de Negociação de Emissões (ETS, na sigla em inglês), um modelo que ela considera “essencial, embora “nem sempre bem-sucedido no passado para prover um preço previsível do carbono”. Conforme as metas da UE para reduções emissões sejam alcançadas, o preço efetivo do carbono deve subir, disse.
Segundo Lagarde, outra frente na qual progresso é esperado é a maior informação sobre a exposição de companhias individuais. Atualmente, essas informações sobre a sustentabilidade de produtos financeiros, quando disponíveis, são “inconsistentes, em grande medida não comparáveis e às vezes não confiáveis”. Ela notou o esforço de autoridades para estabelecer melhores padrões nessa frente.
Com as medidas adotadas, Lagarde acredita que pode haver aumento substancial dos investimentos e na busca de inovação em tecnologias verdes. No caso dos bancos centrais, ela notou que o BCE tem adotado passos para entender o impacto dos riscos climáticos e como gerenciá-los, e citou a criação de um centro de estudos do BCE sobre mudanças climáticas, a fim de tratar do tema. Como exemplo, Lagarde disse que essas mudanças afetam a estabilidade de preços por meio de canais variados, por isso precisam ser levadas em conta na elaboração de estratégias dos dirigentes de bancos centrais.
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