O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter passou uma semana em coma induzido após cirurgia cardíaca em dezembro. A revelação foi feita por Corinne Blatter Andenmatten, filha do dirigente, nesta quinta-feira, em uma entrevista à imprensa suíça.
Blatter, de 84 anos, que também testou positivo para coronavírus no final do ano, teve uma melhora significativa apenas esta semana, o que lhe causou a saída da unidade de terapia intensiva de um hospital na Suíça.
“Os médicos estão satisfeitos com sua condição. Mas ele ainda tem um longo caminho a percorrer”, afirmou Corinne. “Foi o Natal mais difícil e triste da minha vida.”
Blatter é alvo de uma investigação criminal por promotores federais suíços desde 2015. Segundo sua filha, o ex-dirigente não sabe que a Fifa apresentou um nova queixa contra ele no mês passado, referente ao financiamento de um museu do futebol, em Zurique.
O museu foi um dos projetos preferidos de Blatter e acabou fechado, em 2016, logo após sua inauguração por causa de irregularidades financeiras. A obra custou 462 milhões de euros (cerca de R$ 3 bilhões). Os advogados de defesa negaram as acusações. “Ele ainda não sabe sobre a reclamação do museu”, disse sua filha. “E isso é bom. Saber disso causaria uma agitação desnecessária.”
Segundo Corinne, Blatter se recuperou bem da covid, mas teve complicações na cirurgia cardíaca e precisou ficar uma semana em coma induzido. “Tudo ficou mais complicado e perigoso. No total, ele passou mais de uma semana em coma artificial e não conseguiu se comunicar. Ele ganhou o direito de desfrutar o resto de sua vida sem ser atacado constantemente por seu empregador anterior”, disse a filha. “Para sua recuperação é necessário descanso, tempo e relaxamento.”
Em 2015, Blatter renunciou à presidência da Fifa, depois de 17 anos, ao ser acusado de corrupção. Banido pelo Comitê de Ética, foi substituído por Gianni Infantino. Vários processos correm na justiça contra sua administração.
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