Estudantes da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jenny Gomes, em Fortaleza (CE), criaram jogos e atividades lúdicas para áreas de conhecimento (Ciência, Química, Biologia e Matemática), com foco em adaptá-los para pessoas com deficiência.
Em cada brincadeira, os alunos deram atenção para diferentes necessidades, como surdez, baixa visão, cegueira, daltonismo, deficiência físico-motora, entre outras. A ideia surgiu a partir da Feira de Ciências Regional, cujo tema foi inclusão social, e foi desenvolvida dentro de uma eletiva da escola – elemento multidisciplinar do ensino integral.
Os jovens ficaram responsáveis por desenvolver brincadeiras que envolvessem Exatas e Ciências da Natureza. Para isso, com auxílio de um professor orientador, eles adequaram vários jogos. É o que conta Victor Lima, de 17 anos, um dos alunos participantes do trabalho: “Pensamos em formas de adaptar as atividades para as pessoas com deficiência, como jogo da memória para cegos; UNO para daltônicos, que era o UNO da química, em que usamos elementos químicos; vôlei sentado; além da roleta e do dominó, que também fizemos ajustes”, explica.
O projeto tem como base os componentes curriculares diferenciados do Ensino Médio Integral, modelo de ensino público e nacional que a escola aderiu em 2017.
“Após a mudança, a EEMTI Jenny Gomes conquistou o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as escolas integrais de Fortaleza, assim como reduziu a taxa de evasão para zero. Também apoiamos e incentivamos os estudantes em seus projetos de vida, bem como a participação em olimpíadas e feiras educacionais”, salienta o diretor, Marcos Bezerra
Ensino integral, projeto de vida e protagonismo juvenil
Além de integrar o projeto, Victor é um estudante protagonista, que se dedica aos estudos e à participação de olímpiadas. Em 2021, conquistou Honra ao Mérito na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e agora, em 2022, é novamente finalista, aguardando o resultado que será divulgado no dia 20 de dezembro. Também participou da Olimpíada de Ciências Humanas do IFCE, Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) e Olimpíada de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Nascido em São Paulo, o jovem conta que veio com 11 anos morar com o pai em Fortaleza, e que graças às ótimas recomendações sobre o ensino integral, ingressou no modelo. Atualmente, Victor mora a 17 quilômetros da escola, no bairro Ancuri, e para estudar faz esse trajeto todos os dias.
“A nota alta da escola no Ideb e a quantidade de aprovações em faculdades me chamou muito a atenção, pois quero fazer Direito para ser promotor de justiça, mas caso não dê certo, quero Engenharia Civil, ambos cursos na Universidade Federal do Ceará (UFC). Outro ponto positivo do integral é o roteiro diferenciado das aulas, com as eletivas e outras disciplinas distintas, como energia e meio ambiente, saúde e biodiversidade”, salienta.
Emilly Nascimento, de 17 anos, é também uma das jovens envolvidas no projeto, que sonha passar em uma universidade para estudar Medicina Veterinária. Para ela, ter ingressado no ensino integral e participar de projetos como esse significa maiores chances de fazer seu projeto de vida acontecer.
“Minha aprendizagem melhorou bastante desde que tive acesso a outras formas de ensino. Antes eu tinha aulas e exercícios apenas. No integral tenho diferentes tipos de aulas e atividades, como filmes, dinâmicas, práticas e projetos. Aprendi também a respeitar meu tempo e a me interessar por outras matérias”, relata a aluna.
A estudante, nascida e criada em Fortaleza, conta também que parte do seu interesse pelo ensino integral surgiu devido ao alto índice de aprovações em universidades e da sensação de estar mais treinada para o vestibular. Sua segunda opção de curso é Direito e a terceira, Administração.
*Com informações da assessoria de imprensa
EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar