O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montou uma equipe “jovem”, mas alguns dos nomes escolhidos já enfrentam desconfianças.
Ele anunciou Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), Rogério Ceron (Tesouro Nacional), Guilherme Mello (Política Econômica) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal). E ainda Gabriel Galípolo (Executiva), Bernard Appy (reforma tributária) e Anelize Almeida (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional).
Ceron agradou pelo trabalho à frente da Prefeitura de São Paulo, mas o mercado ainda se ressente de não haver um nome com mais “musculatura” na área fiscal que possa afastar as desconfianças depois da PEC da Transição.
Na equipe técnica do Ministério da Economia, o nome para o Tesouro foi bem recebido. Ceron já teve reuniões individuais com os técnicos do primeiro escalão. A avaliação interna é de que ele não fará grandes mudanças.
Já Barreirinha não agradou aos servidores da Receita porque não é da carreira. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) chegou a divulgar uma nota com o título de “Leão Ferido” para criticar a escolha dele.
Guilherme Mello na SPE, órgão com função formuladora na Fazenda, é visto como um nome muito ligado ao petismo e à pauta desenvolvimentista. Entre os servidores da alta burocracia e economistas do mercado, a atuação dele é incógnita, mas interlocutores do futuro secretário ressaltam que ele é bom de diálogo.
Há uma crítica de que o time é muito paulista e baseado na sua gestão na prefeitura. Economistas ouvidos pelo Estadão estão divididos em relação à qualidade da equipe.
Professor de finanças do Insper, o economista Alexandre Chaia considera a equipe anunciada, no geral, boa, mas faz ressalvas. Um ponto positivo é que a maioria já trabalhou com o futuro ministro. Para ele, um foco de preocupação é Guilherme Mello, ligado à Unicamp e com um formação econômica na linha desenvolvimentista.
Caio Megale, economista-chefe da XP, avalia que a equipe é “um time bom tecnicamente”. “O Ceron é um cara tecnicamente muito sólido. Ele teve um papel muito grande no equilíbrio das finanças da cidade.” Megale afirma que a dúvida fica mesmo com secretários mais inclinados a uma linha mais heterodoxa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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