SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dos nomes cotados para assumir o ministério da Economia no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 2023, caso o ex-ministro Henrique Meirelles seja confirmado no cargo, o fato poderia dar um impulso adicional para o mercado de criptomoedas no país, diz Axel Blikstad, da BLP Asset, gestora focada no investimento em criptomoedas.
Ele lembra que, no início de setembro, Meirelles foi anunciado como membro do conselho consultivo global da Binance, a maior corretora mundial de criptomoedas, e tem afinidade com o tema.
“O Meirelles conhece muito sobre criptoativos e gosta do assunto, então seria um nome muito bacana para o desenvolvimento dessa classe de ativo e dessa tecnologia no Brasil”, afirma Blikstad.
O gestor da BLP diz ainda que o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, é um entusiasta das criptomoedas e do blockchain, tendo trabalhado ao longo dos últimos meses no desenvolvimento do real digital com base na tecnologia. E, com a independência da autoridade monetária, a expectativa é que o trabalho prossiga no ano que vem sob o governo Lula, diz Blikstad.
Ele acrescenta que, passadas as eleições, a expectativa no nicho de mercado é de que o projeto de lei que pretende impor regras ao mercado de criptoativos possa avançar, dando mais segurança para atrair novas empresas e investidores ao ecossistema no país.
Principal criptomoeda do mercado, o bitcoin acumula uma queda de cerca de 56% no ano, em um cenário de alta dos juros nos mercados desenvolvidos e risco de recessão global que tem penalizado os ativos de risco.
Em outubro, contudo, o bitcoin esboçou uma reversão da tendência, com ganhos de aproximadamente 3% no mês, o que contribuiu para que a capitalização de mercado do setor cripto tenha voltado a ficar acima da marca de US$ 1 trilhão (R$ 5,25 trilhões), segundo dados compilados pelo portal CoinMarketCap.
Analista de criptomoedas da XP, Julio Andreoni diz que, ao longo dos últimos meses, as moedas digitais passaram a apresentar um comportamento parecido com o das ações das grandes empresas americanas de tecnologia, ainda que com uma volatilidade mais acentuada.
E a Bolsa que concentra as empresas de tecnologia dos Estados Unidos, a Nasdaq, afunda cerca de 30% no ano, mas ensaiou uma recuperação também em torno de 3% no mês de outubro, o que pode ter influenciado para a recuperação das criptomoedas nos últimos dias.
Sinalizações recentes do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de que o processo de alta dos juros pode ser menos intenso do que o projetado pelo mercado nos próximos meses contribuiu para um alívio nos preços das ações de tecnologia e, consequentemente, para as criptomoedas, afirma Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management.
Na reunião do Fed nesta semana, a expectativa do mercado é de um novo aumento de 0,75 ponto percentual, mas, para o encontro de dezembro, já começa a se falar em uma alta menor, de 0,50 ponto percentual, diz Ferreira.
O analista da Titanium acrescenta que o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, é um entusiasta do mercado cripto, o que pode ter contribuído para o fôlego adicional das criptomoedas em escala global.
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