Sorocaba anuncia medidas de “guerra” contra a Marcha da Maconha

 

Pacote de iniciativas inclui ação judicial; veto administrativo ao evento na cidade; mobilização de prefeitos das capitais e Regiões Metropolitanos e apoio do Congresso e do Senado para mudança constitucional.

 

A Prefeitura de Sorocaba, nesta quarta-feira (19), anunciou um conjunto de medidas de “guerra” contra a realização da Marcha da Maconha, não somente na cidade, mas buscando ampliar essas ações para todo o País.

“Estamos, de fato, declarando ‘guerra’ contra a dependência química e a Marcha da Maconha. Respeitamos a livre manifestação, mas não podemos aceitar uma apologia à liberação e ao uso das drogas”, destacou, durante entrevista coletiva à imprensa, o prefeito Rodrigo Manga, que também é o responsável pelas Políticas contra as Drogas da Frente Nacional de Prefeitos.

Uma das medidas anunciadas foi colocada em prática já na tarde desta quarta-feira, ocasião em que a Secretaria Jurídica (SEJ) ingressou com ação cautelar, tanto na Vara da Fazenda Pública, como na Vara da Infância e Juventude, com pedido de liminar contra a realização da Marcha da Maconha.

Outra iniciativa, esta do ponto de vista administrativo, é negar autorização municipal para o ato, uma vez que, na data solicitada, já está previsto outro evento que demandará empenho de equipes ligadas às secretarias municipais, sobretudo nas áreas de trânsito e segurança urbana. Trata-se de o “Parque Rock festival”, confirmado para ocorrer no Parque das Águas, no dia 12 de novembro.

“Na segunda-feira, dia 17 de outubro, recebemos comunicado dos organizadores dessa marcha, informando sobre a realização desse evento, na região central da cidade, inclusive evocando artigo constitucional que ampararia a execução do mesmo. Mantemos uma luta diária em favor da prevenção contra as drogas e no apoio ao tratamento da dependência química, e não podemos aceitar um evento, como esse, que romantiza o uso da maconha, uma droga que causa, por exemplo, esquizofrenia, depressão e destrói famílias inteiras. Sorocaba não pode ser palco para a liberação das drogas”, completou o prefeito.

Como chefe do Executivo sorocabano e também como responsável pelas Políticas contra as Drogas da Frente Nacional de Prefeitos, Rodrigo Manga irá pessoalmente a Brasília para se encontrar com as presidências da Câmara Federal e do Senado. Ele fará uma mobilização em prol de uma emenda constitucional, que permita a livre manifestação, porém que vete iniciativas que façam apologia às drogas ou a qualquer tipo de ação considerada crime.

A quarta medida ainda do município de Sorocaba será visitar prefeitos de capitais e regiões metropolitanas que já sediaram a Marcha da Maconha, como forma de compartilhar com esses governantes as ações adotadas em Sorocaba e alertar sobre a necessidade de mobilização conjunta e preventiva contra as drogas e seus inúmeros malefícios.  “Em São Paulo, por exemplo, durante a marcha, identificaram adolescentes fumando maconha no local. Ou seja, a realidade por trás desse tipo de evento é outra e precisa ser coibida já”, pontuou o prefeito.

Durante a entrevista coletiva, o prefeito esteve acompanhado dos secretários municipais João Alberto Corrêa Maia (Governo – Segov), Alexandre Caixeiro (Segurança Urbana – Sesu), Luciana Mendes (Jurídica e Administração – SEJ/Sead), Clayton Lustosa (Cidadania – Secid), Carlos Eduardo Paschoini (Mobilidade – Semob) e Fernanda Burattini (Comunicação – Secom), além do diretor-presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, Sergio Barreto, e do vereador Vinicius Aith.

Também acompanharam o ato os jovens Cristian Sacramento (26 anos) e Evelyn Cristina Mariano (25 anos), ambos são dependentes químicos e fazem tratamento. Ele está há um ano longe das drogas e ela, há três meses. “Só quem sente na pele e viveu essa experiência monstruosa sabe a dor e o sofrimento que as drogas causam na vida da gente e de nossos familiares. É um sacrifício diário e estou aqui, pois sou contra qualquer iniciativa em favor da liberação de entorpecentes”, disse Cristian.

O prefeito Rodrigo Manga deixou também claro na ocasião que não é contra o uso medicamentoso de substâncias químicas relacionadas à maconha, o que depende de regulamentação específica, inclusive. “Mas usar esse e outros argumentos para justificar um ato a favor das drogas na cidade não tem cabimento. Enquanto Deus permitir e eu for prefeito de Sorocaba, como agente público, tenho o dever de fazer o que estiver ao meu alcance para lutar contra as drogas”, apontou.

Nesse sentido, igualmente pontuou ações de sucesso na área e que têm sido realizadas pela atual Gestão Municipal. Por exemplo, a desarticulação de pontos de consumo coletivo de drogas na cidade, que eram conhecidos como minicracolândias; assim como a eficiência do programa “HumanizAção”, realizado diariamente e que, desde o início de 2021 até agosto de 2022, realizou 17.275 abordagens sociais especializadas a pessoas em situação de rua, gerando mais de 15 mil oportunidades de acolhimento no Serviço de Obras Sociais (SOS), além de tratamento a dependentes químicos.

 


Cidadania – Agência de Notícias