Prefeitura de Sorocaba e Sebrae realizam programa de capacitação profissional para munícipes atendidos pela rede CRAS

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cidadania (Secid) e em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), está colocando em prática um importante programa voltado à capacitação profissional de munícipes atendidos pela rede CRAS (Centros de Referência em Assistência Social).

Denominado Programa de Inclusão Produtiva, é inovador, ao passo que busca atender famílias em situação de vulnerabilidade, tais como as de baixa renda ou com baixa escolaridade, que não tenham tido oportunidade de qualificação profissional ou realizem trabalho autônomo e necessitem de suporte para evoluir ou, ainda, pessoas que estejam desempregadas ou tenham tido a renda afetada durante o período de pandemia, por exemplo. São várias situações que requerem o apoio do Poder Público.

Todo o planejamento para a aplicação desse programa busca aumentar a geração de renda dessas famílias, com ações que implicam a inclusão produtiva dessas pessoas, conforme preconiza a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), a Lei 8742/1993.

“O que observamos é que há um contingente importante de pessoas com dificuldade para garantir o próprio bem-estar e de suas famílias, bem como em alcançar segurança financeira. O programa se destina, portanto, a dar respaldo a essas pessoas, por meio da qualificação profissional adequada, que as capacite na conquista de condições dignas de trabalho”, afirma o secretário da Cidadania, Clayton Lustosa.

A pandemia resultou em um agravamento desse quadro. Por isso, é tão importante a realização de políticas públicas com o objetivo de conferir igualdade de condições para as famílias mais impactadas.

O programa tem início com uma rodada de palestras para a capacitação dos participantes, que deverão também atuar como multiplicadores em suas comunidades. São palestras focadas em temas pertinentes ao Desenvolvimento Humano. “O foco é melhorar as competências socioemocionais dessas pessoas, promovendo a autoestima, a determinação, o autoconhecimento e o empoderamento pessoal”, explica a coordenadora desse programa no município, Ivanilde Moreira, que atuou recepcionando e orientando o público interessado. “A ideia é capacitar o munícipe para a empregabilidade ou o empreendedorismo, melhorando sua competitividade na busca por emprego ou tornando-o mais apto a empreender como MEI (Microempreendedor Individual)”, ela acrescenta.

Outro palestrante dessa primeira etapa é o assistente social da Secid e pós-doutor em Comunicação Social, José Aparecido Batista Jr., que fala sobre a formação. “A pessoa que se reconhece aprende a se aceitar e também compreende que o outro só consegue fazer para nós aquilo que permitimos. Transmitimos a ideia de que nossa vida não é como um livro aberto, acessível a todos. Somos nós que damos acesso a determinados capítulos”, ele descreve. A busca, nesse processo, é trabalhar com questões ligadas ao amor próprio e respeito ao outro, aspectos essenciais à evolução pessoal e que formam a base para a valorização profissional.

A segunda etapa compreende os cursos de qualificação profissional, que também podem ser oferecidos por outro parceiro importante do Programa, a Uniten (Universidade do Trabalhador, Empreendedor e Negócios). Uma ampla gama de cursos é disponibilizada, de manicure a cabeleireira, de Informática a culinária, entre muitos outros. E outra instituição que oferece apoio nessa fase de capacitação é a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP).

A última etapa do processo compreende o monitoramento e suporte das instituições envolvidas no programa, com o acompanhamento de técnicos, proporcionando o suporte necessário para a geração de trabalho e renda, colocando em prática todas as atividades desenvolvidas.

“O nosso objetivo foi propor um conjunto de ações inovadoras e implantar um programa municipal de inclusões produtivas fundamentadas na metodologia das três fases, contribuindo para amenizar as situações de vulnerabilidade e os riscos sociais existentes dentro dos territórios atendidos pelos equipamentos socioassistenciais”, conclui o secretário da Cidadania, Clayton Lustosa.

O programa continua aberto àqueles que mais necessitam desse suporte profissional. No entanto, já há exemplos de sucesso. É o caso de Cassiana, atendida pelo CRAS Nova Esperança e pelo Sebrae, por meio do projeto Casa da Mulher. Mãe de cinco filhos, ela conseguiu explorar todo o seu potencial como empreendedora, após realizar o curso de Doces clássicos e, assim, conquistar uma importante complementação da renda familiar, por meio da venda dos produtos. “Consegui evoluir bastante e adquiri um conhecimento maravilhoso com os cursos feitos na Casa da Mulher. Eu já trabalhava na área, mas os cursos foram fundamentais para o meu crescimento profissional. Uma das aprendizagens importantes foi a de conseguir precificar meu trabalho, além de aprender novas técnicas de produção dos doces. Por isso, agradeço muito pela oportunidade oferecida”, ela ressalta.

Claudineia, moradora do Altos do Ipanema II, faz salgados e vende na própria comunidade onde mora. “Com o curso, aprendi a administrar o meu negócio, coisa que eu tinha dificuldade antes. E, com a boa aceitação dos meus salgados pelo público, espero poder crescer como profissional”, comemora a nova empreendedora.

O sucesso do programa pode ser medido pelo seu potencial em mudar a realidade de famílias como as dessas mulheres, que passam a ter a possibilidade de planejar e mudar para melhor o seu destino.

Podem participar pessoas acima de 18 anos que sejam usuárias das unidades da rede CRAS, além de pessoas atendidas em outros equipamentos voltados à assistência social no município, como o Centro de Referência da Mulher (Cerem) ou o Clube do Idoso. Os interessados podem se inscrever na unidade CRAS mais próxima de sua residência e aguardar a abertura do curso de sua preferência. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (15) 3212-6900.

Fotos: Rose Campos/Secom e Secid/Divulgação


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