SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Raila Odinga, segundo colocado nas eleições presidenciais do Quênia, rejeitou nesta terça-feira (16) a declaração da vitória ao seu rival, o atual vice-presidente William Ruto, e chamou o resultado oficial de “uma farsa”.
O veterano líder da oposição, que disputava o cargo pela quinta vez e tinha o apoio do presidente Uhuru Kenyatta, afirmou em uma entrevista coletiva que “o que vimos ontem [segunda-feira] foi uma farsa e um flagrante desrespeito à Constituição do Quênia” e garantiu que usará “todas as opções legais” possíveis para contestar o resultado. Ele tem até a próxima segunda-feira para apresentar uma ação à Suprema Corte.
Na segunda-feira, Ruto foi declarado vencedor das eleições realizadas em 9 de agosto, com 50,49% dos votos, pelo presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebutaki. A diferença total foi de apenas 233 mil votos.
O anúncio provocou uma série de violentos protestos ao longo da madrugada, com apoiadores de Odinga enfrentando policiais e ateando fogo a barricadas de pneus, principalmente na cidade de Kisumu e na capital, Nairobi.
As manifestações geraram temores de que pudessem se repetir os tumultos registrados após as eleições presidenciais de 2007, quando mais de 1.200 pessoas morreram no país. Dez anos depois, novas manifestações em outras eleições deixaram um saldo de mais de cem mortes.
Nesta terça, no entanto, as ruas já estavam tranquilas. Odinga pediu a seus apoiadores que se mantenham pacíficos e que “não deixem ninguém tentar fazer lei com suas próprias mãos”.
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