SANTO ANDRÉ, SP (FOLHAPRESS) – Um tremor ocorre com tarefas simples, como amarrar cadarços, escrever, tocar algum instrumento. Geralmente acontece nas mãos, mas pode ser sentido nas pernas, laringe, na voz, na cabeça, na boca e na face. Essa condição tem nome: tremor essencial.
Após rumores de que Djavan teria Parkinson, devido um boato que circulou na internet, ele revelou que tem a condição. Caetano Veloso também já havia recebido o mesmo diagnóstico.
O QUE É TREMOR ESSENCIAL?
De acordo com o neurologista e coordenador do Núcleo da Memória do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Diogo Haddad, este distúrbio do movimento é uma condição mais comum do que se pensa, sendo, inclusive, mais prevalente do que o mal de Parkinson.
“É uma condição que causa tremor fino, normalmente nas mãos. É um tremor associado ao movimento, sendo oposto ao do Parkinson que é um tremor de repouso. É aquele tremorzinho que quando você vai fazer um movimento, ele acaba se mostrando e aparecendo mais”, explica o médico.
QUEM É AFETADO?
O perfil das pessoas acometidas por essa condição, segundo Chaddad Neto, é de idosos, “e é discretamente mais comum em indivíduos do sexo masculino”. “A incidência tende a aumentar com o avançar da idade”, explica o neurocirurgião do hospital Beneficência Portuguesa de S. Paulo.
Haddad lembra, porém, que o tremor não é exclusivo de nenhuma faixa etária. Além disso, afirma que é uma condição genética. “O normal é ter sintomas mais leves quando mais jovem e mais proeminentes quando fica mais velho.”
O QUE AGRAVA O PROBLEMA?
Em geral, o tremor essencial não afeta a qualidade de vida. “Normalmente, o tremor essencial é algo relativamente tranquilo. No entanto, existem pacientes nos quais a condição se agrava a ponto de afetar a vida da pessoa”. O neurologista pontua que o nervosismo pode deixar os sintomas mais intensos.
Situações de estresse, fome, fadiga, privação de sono podem aumentam a intensidade, o que também ocorre em situações de intensa ansiedade relacionadas a situações sociais ou eventos. Para o médico, a “estigmatização é um problema”.
Segundo Chaddad Neto, “pode existir uma perda importante na funcionalidade, a depender da ocupação do paciente”.
Já para Haddad, “pessoas que use uma parte motora muito fina como quem toca instrumentos específicos ou faça trabalhos manuais como costura podem ter maior dificuldade ao longo do tempo”.
COMO É FEITO O TRATAMENTO?
Para os casos que a condição se torna um incômodo, o recomendado é buscar ajuda de um neurologista que pode indicar tratamentos medicamentosos para aliviar os sintomas.
Em casos mais graves, segundo Diogo Haddad, é possível fazer um implante de estimulação cerebral profunda, que envia impulsos elétricos a determinada parte do encéfalo.
Outro tratamento que também pode ser escolhido pelo médico é a talamotomia estereotáxica, procedimento em que um eletrodo é colocado temporariamente no tálamo para reduzir o tremor.
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