SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Os Estados Unidos tentaram convencer a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a adiar sua visita a Taiwan. A ideia era que a congressista fosse ao país asiático em outra oportunidade, segundo informações da Bloomberg. Porém, a segunda na linha sucessória da presidência dos EUA não ouviu os conselhos e esteve em Taiwan nessa, fato que desencadeou uma crise com a China.
Citando fontes que estavam próximas a essas tratativas com Pelosi, a Bloomberg informa que a equipe do presidente Joe Biden que tinha essa missão ficou irritada ao receber a resposta de Pelosi de que a viagem não seria cancelada.
Ainda de acordo com a agência de notícias norte-americana, os funcionários da Casa Branca escalados por Biden para tentar dissuadir a presidente da Câmara eram do Conselho de Segurança Nacional, mas integrantes do Departamento de Estado dos EUA também foram enviados para conversar com Pelosi.
Segundo os relatos feitos à Bloomberg, quando ficou claro que a presidente da Câmara não mudaria seus planos, o governo norte-americano montou um plano de contingências. Essa medida tinha como objetivo garantir que os canais de comunicação com Pequim estivessem funcionando e que qualquer crise poderia ser minimizada.
As informações sobre a visita de Pelosi a Taiwan foram mantidas em sigilo, mas ela acredita que vazamentos podem ter ocorrido por parte das próprias autoridades americanas como uma forma de fazê-la desistir da viagem. Anteriormente, ela estava prevista para abril, mas foi adiada quando Pelosi testou positivo para Covid-19.
Nos bastidores, a Bloomberg diz ainda que o governo Biden está pressionando os senadores democratas a frear um projeto de lei que alteraria a política dos EUA em relação a Taiwan, inclusive designando o país como um grande aliado norte-americano fora da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte). A informação também foi atribuída a fontes anônimas.
O texto do projeto determina que os EUA também forneceriam a Taiwan US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 23,5 bilhões) em ajuda de segurança e apoiaria sua participação em organizações internacionais.
CHINA DISPAROU 11 MÍSSEIS PERTO DE TAIWAN
Como reflexo da visita de Pelosi a Taiwan, a China iniciou hoje exercícios militares nas águas próximas ao país. Pelo menos 11 mísseis já foram disparados, segundo a mídia internacional.
Esse é o maior exercício militar ao redor de Taiwan em décadas e está sendo interpretado como uma demonstração de força. A China diz que os exercícios são “necessários e justos” ao mesmo tempo que culpou os EUA e seus aliados pela escalada.
Os mísseis disparados pela China caíram no mar do Japão, disse hoje a agência de notícias japonesa Kyodo News, citando comunicado do governo.
Segundo a agência, o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, disse que foi a primeira vez que um míssil balístico pertencente ao exército chinês caiu nessas águas, que fazem parte da zona diplomática exclusiva do país.
De acordo com as informações japonesas, foram cinco os mísseis que caíram no local.
“Esta é uma questão grave que diz respeito à segurança nacional do nosso país e à segurança das pessoas”, disse Kishi. O governo japonês também apresentou um protesto diplomático ao governo chinês.
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