SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O 5G vai funcionar em São Paulo a partir desta quinta-feira (4), após uma força-tarefa das operadoras de telefonia na semana passada para convencer a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a liberar o sinal. A cidade é a quarta capital a receber a tecnologia no país, depois de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa.
As operadoras não informaram a lista de bairros em que o 5G vai funcionar. Segundo a Anatel, o início da operação do 5G na cidade deve contar com a ativação de 892 antenas, o que representa cerca de 20% das estações instaladas na cidade. No início, a agência espera uma cobertura da mesma proporção na capital.
A Anatel forneceu o mapa com a localização das antenas que serão ativadas para o 5G. A cobertura está concentrada no centro expandido, entre as marginais Tietê e Pinheiros, e pega também uma parte da zona oeste e o início da zona sul. Segundo a agência reguladora, a área de maior concentração de antenas é também onde há maior concentração de prédios empresariais, polos de empregos e famílias com maior poder aquisitivo.
Moisés Moreira, conselheiro da Anatel que preside o Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência), convocou uma reunião extraordinária para esta terça-feira (2) com o objetivo de liberar o sinal 5G na capital paulista.
Até a última sexta-feira (29), o Gaispi, responsável pela implantação da nota tecnologia, mantinha São Paulo fora da lista de cidades a terem aval, uma vez que metade das antenas ainda não tinha filtros instalados para evitar interferências de sinais.
O 5G funciona na faixa de frequência de 3,5 GHz (Gigahertz), que antes era usada pela radiodifusão e TV. Frequência é uma avenida no ar por onde as teles fazem trafegar seus sinais. Fora delas, ocorrem interferências.
Inicialmente, todas as capitais deveriam lançar o 5G até o final de julho –uma exigência do edital do leilão do 5G, ocorrido em novembro do ano passado. No entanto, a recente rodada de confinamento na China para tentar conter novos casos de Covid atrasou o início da operação em dois meses.
Apesar do contratempo, as operadoras que conseguirem comprovar a limpeza da faixa (com a instalação dos filtros) para o Gaispi podem pleitear o início da operação antes de setembro.
PRECISO TROCAR DE CHIP? E DE PLANO?
Embora o lançamento esteja próximo, as operadoras ainda não são claras quanto a necessidade de trocar de chip do celular para acessar a tecnologia. Enquanto a TIM e a Claro disseram que não exigem a troca, a Vivo disse ser necessária a substituição, mas não informou o preço. Segundo a Claro, só é preciso estar dentro da área de cobertura e ter um aparelho compatível com a nova tecnologia.
As teles também não informaram se terão planos de dados exclusivos para o 5G. O site da Vivo, por exemplo, informa que todos os planos oferecidos concedem acesso à nova geração.
O 5G nacional deve seguir os preços internacionais até que a popularização do serviço derrube o valor dos chips e dos aparelhos -as principais barreiras de acesso.
MEU CELULAR JÁ MOSTRAVA O ÍCONE DO 5G. QUAL A DIFERENÇA?
O 5G disponível antes desta quinta-feira (4) em São Paulo é chamado de 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing) ou NSA (non-standalone). A conexão é considerada “impura” por operar na mesma faixa de frequência do 4G (2,3 GHz), o que limita seu desempenho.
A versão “pura”, ou standalone, tem uma faixa dedicada somente a ela, de 3,5 GHz. Em teste feito pela Folha, o 5G impuro falhou em superar o 4G.
Em Brasília, onde a rede está disponível desde o início de julho, o serviço segue instável e com as velocidades prometidas oscilando e, muitas vezes, se equiparando às do 4G devido à falta de cobertura na capital.
QUAIS CELULARES SÃO COMPATÍVEIS?
Veja a lista dos principais aparelhos compatíveis com a conexão:
Apple:
– iPhone 12 mini, iPhone 12, iPhone 12 Pro, iPhone 12 Pro Max
– iPhone 13 mini, iPhone 13, iPhone 13 Pro, iPhone 13 Pro Max
– iPhone SE 2022
Samsung:
– Galaxy A73 5G
– Galaxy A52 5G, Galaxy A52s 5G, Galaxy A53 5G
– Galaxy A32 5G, Galaxy A33 5G
– Galaxy A22 5G
– Galaxy M52 5G, Galaxy M53 5G
– Galaxy M23 5G
– Galaxy Note 20 5G, Galaxy Note 20 Ultra 5G
– Galaxy S20 FE 5G
– Galaxy S21 FE 5G, Galaxy S21 5G, Galaxy S21+ 5G, Galaxy S21 Ultra 5G
– Galaxy S22, 5G, Galaxy S22+ 5G, Galaxy S22 Ultra 5G
– Galaxy Z Flip 3 5G
– Galaxy Z Fold 2 5G, Galaxy Z Fold 3 5G
Motorola:
– Moto G50 5G, Moto G71
– Moto G100 5G, Moto G200 5G
– Moto G 5G, Moto G 5G Plus
– Motorola Edge 20 Lite, Motorola Edge 20, Motorola Edge 20 Pro
Outros:
– Mi 10T, Mi 10T Pro
– Mi 11
– POCO F3, POCO M3 Pro, POCO X4 Pro 5G
– Redmi Note 10 5G, Redmi Note 11 Pro 5G
– Zenfone 7, Zenfone 8, Zenfone 8 Flip
– TCL 20 Pro 5G
– Infinix Zero 5G
– Nokia G50
O QUE É E O QUE PODE FAZER O 5G?
O 5G é a próxima geração de conexão de internet móvel, aquela usada em celulares e outros dispositivos sem fio. A tecnologia oferece maiores velocidades para baixar e enviar arquivos e menor latência para a transmissão de dados em tempo real.
Para o consumidor médio, o 4G já atende bem atividades de entretenimento, trabalho e educação. Mas o 5G é associado ao aumento da produtividade da indústria, do agronegócio, da saúde e outros setores. Por isso, as velocidades maiores e latência mínima prometidas são aguardadas.
A velocidade do 5G puro alcança, em média, 1Gbps (Gigabit por segundo), sendo dez vezes maior que a média do 4G. Por exemplo, para baixar um arquivo de 5 GB (um filme em alta definição) no 5G puro, seria preciso aguardar 42 segundos. E essa conexão pode chegar a até 20 Gbps.
A chegada do 5G também deve movimentar o mercado de trabalho no Brasil ao gerar empregos e exigir novas habilidades profissionais. Os setores de tecnologia e telecomunicações serão os mais afetados.
Para 2027, ano em que a tecnologia deve se tornar dominante, pelas projeções da Ericsson, serão 4,4 bilhões de usuários do 5G no mundo. Até o final deste ano, deve alcançar 1 bilhão.
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