Filho de mãe analfabeta, ex-catador tira a maior nota da prova da OAB-PE

Desde pequeno, Walter Marinho dos Reis, de 34 anos, teve a mãe como grande ícone e incentivadora dos seus estudos e do sonho da conquista do diploma.

Dona Severina é analfabeta, mas sempre ensinou ao filho a importância da educação.

Todo esse apoio rendeu frutos, já que Walter, – que já trabalhou como catador, vigilante e sargento do Exército -, concluiu o curso de Direito e alcançou a nota mais alta do Exame 31 da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco.

Diploma da Ordem dos Advogados do Brasil do advogado Walter Reis — Foto: Reprodução/TV Globo

“Já tinha sido catador de recicláveis, dono de bar, vigilante, sargento do Exército. Sempre procurando o melhor para mim e sempre correndo atrás de um objetivo, de algo melhor”, declarou o agora advogado.

Na infância e adolescência ele sempre estudou em escolas públicas, mas optou por entrar em uma faculdade particular para cursar Direito. Walter conta que sempre foi um perrengue danado para ele conseguir pagar as mensalidades, mas que jamais pensou em desistir.

Por anos e anos o pernambucano estudou em uma pequena mesa improvisada no canto da sala de estar da mãe, que sempre o acompanhou e o incentivou quando o filho se desanimava.

Meu maior alicerce foi a minha mãe. Analfabeta e nunca foi para a escola, mas sempre me deu apoio“, afirmou Walter.

Walter Reis tem na mãe, Severina, a força para continuar estudando e lutando por dias melhores — Foto: Walter Reis/Arquivo pessoal

Nascida e criada em Surubim, no Agreste de Pernambucano, Severina de Souza Marinho se mudou para Recife em 1988 em busca de uma vida melhor.

Sozinha, ela criou os 5 filhos com o sustento que tirava – com muita luta – do trabalho na roça e também como empregada doméstica.

Dos cinco, Walter é o único que conseguiu uma graduação no ensino superior. Para o recém-formado advogado, sua mãe sempre buscou dar aos filhos as oportunidades que ela mesma não teve.

Advogado Walter Reis — Foto: Reprodução/TV Globo

“Dizia ‘quando chegar em casa, você tem que estudar, porque se você não estudar que nem eu, você não vai ser alguém na vida’. Quem não estuda é uma pessoa ‘cega’”, afirma a idosa.

Agora com o diploma de Direito e a carteira da OAB em mãos, Walter vai se dedicar aos concursos públicos com o objetivo de se tornar juiz federal.

Enquanto isso, ele guarda consigo um dos maiores orgulhosos de sua vida – a placa da Ordem dos Advogados do Brasil que representa muito bem tudo o que passou até chegar nesta conquista.

“Quando a gente está determinado a conseguir algo e tem o apoio da família, tudo flui”, concluiu.

Fonte: Bons Fluídos

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