A celebração resultou em mais de 1.000 cavaleiros participando das festividades no município de Sorocaba e mais de 2.000 quilos de alimentos arrecadados para a campanha “A Fome não é Fake!, organizada pelo Fundo Social de Solidariedade (FSS).
O trotear dos cavalos e a música típica caipira dos violeiros, mais uma vez, deram o tom da grande festa que reuniu o Desfile dos Tropeiros e a 2ª Cavalgada Solidária #AFOMENAOEFAKE!, em Sorocaba, durante a 55ª Semana dos Tropeiros. Além disso, contando com a participação de representantes de 35 municípios, a esses eventos se somou também a edição 2022 da Tropeada Itararé-Sorocaba, na qual dezenas de cavaleiros percorreram os cerca de 350 quilômetros de estradas que compõem a Rota Sul do Caminho das Tropas. A celebração resultou em mais de 1.000 cavaleiros participando das festividades no município de Sorocaba e mais de 2.000 quilos de alimentos arrecadados para a campanha “A Fome não é Fake!, organizada pelo Fundo Social de Solidariedade (FSS).
O ponto de partida, logo pela manhã, foi no Clube União Recreativo Campestre, no Jardim Guadalajara, com destino final ao Parque das Águas, no Jardim Abaeté, em um trajeto de mais de oito quilômetros, que atravessou a cidade. No caminho, houve uma parada em frente ao Monumento ao Tropeiro, próximo à Santa Casa de Misericórdia, na Avenida São Paulo, onde todos os participantes receberam a tradicional benção, ministrada pelo Diácono Romão.
“Para promover essa grande festa, a Prefeitura teve o apoio da Câmara Municipal, que, no ano passado, deu um grande passo para a promoção do Tropeirismo. O objetivo do evento é resguardar essa tradição, que é a essência da nossa cidade. E, acima de tudo, muitos puderam contribuir com a campanha de arrecadação de alimentos, começando a trazer suas doações já durante a semana”, pontua o prefeito Rodrigo Manga.
“É o resgate da nossa cultura. Com os cavaleiros que saíam de Viamão (RS), vindo até Sorocaba e passando por Itararé (SP), desde os séculos 18 e 19 e que contribuíram para o desenvolvimento do nosso estado, por meio do Tropeirismo. Ficamos dois anos sem poder fazer esse trajeto, mas, agora, retornamos com a participação dos cavaleiros, saindo de Itararé. As Prefeituras, mais uma vez, se reuniram para proporcionar esse evento grandioso e rememorar nossas raízes tropeiras”, destaca o representante da Coordenadoria de Cultura de Itararé, Júlio Calabrez.
Em Sorocaba, a iniciativa coube à Prefeitura, por meio das secretarias do Gabinete Central, Cultura, Governo, Comunicação, Serviços Públicos e Obras, Cidadania e FSS, com o apoio da Secretaria de Mobilidade, da Urbes – Trânsito e Transportes, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, do Parque Tecnológico, da Guarda Civil Municipal, da Polícia Militar, incluindo sua Cavalaria Montada, e da Câmara Municipal. Prestigiaram o evento o prefeito Rodrigo Manga; o secretário do Gabinete Central, João Alberto Corrêa Maia; o secretário da Cultura, Luiz Antonio Zamuner; a secretária de Comunicação, Fernanda Burattini; o ouvidor-geral do Município, Evandro Bueno; além do diretor de área da Secretaria da Cidadania, Jader Rodrigues Leão; do representante da Coordenadoria de Cultura de Itararé, Júlio Calabrez; dos vereadores Fernando Dini, Fábio Simoa e Vinicius Aith, representando a Câmara Municipal; dos locutores Paulinho Terra Nova, Prado Júnior, que é do Paraná, Boka e Paulinho Vieira, mais o DJ Silvinho Carijó.
Segundo avalia o secretário do Gabinete Central, João Alberto Corrêa Maia, que participou ativamente da organização, o evento foi um sucesso. “Foi um evento muito bem organizado, contando com a colaboração de muitas pessoas e de várias Secretarias. O resultado foram os vários relatos que ouvi aqui hoje, de que as famílias gostaram muito e se divertiram bastante. Sorocaba é a sede do Tropeirismo e a festa não poderia ser diferente e segue, ainda hoje, até o anoitecer, com violeiros e muita comida boa”, descreve o secretário.
O início do Tropeirismo remonta aos anos de 1.750, quando grande parte do interior paulista e rincões em todo o Brasil ainda estavam por ser descobertos e desenvolvidos. Sorocaba tornou-se um importante ponto por onde passavam as tropas vindas do Sul, grande parte montada em mulas. O ponto de parada, às margens do Rio Sorocaba, possibilitou as Feiras de Muares, que, com o tempo, se tornaram uma referência. Cabia aos tropeiros a circulação e comércio dos mais variados produtos, para abastecer os povoados paulistas, ao longo do caminho.
Solidariedade e festa em família
Reproduzindo parte desse caminho do passado, o Desfile dos Tropeiros e a Cavalgada Solidária “A Fome não é Fake” passaram pelos seguintes locais: Av. Dr. Armando Pannunzio, Av. General Carneiro, Praça 9 de julho, Rua São Bento, Rua XV de Novembro, Av. São Paulo, Ponte Salomão Pavlowsky e Av. Dom Aguirre.
Na chegada ao Parque das Águas, no Jardim Abaeté, a tropa foi recebida com uma apresentação da Orquestra de Violas “Zé Franco” e do cantor sertanejo Diamantino.
No local, os cavalos puderam beber água, receber alimento e descansar à sombra, enquanto cavaleiros e todo o público puderam aproveitar os pratos e lanches do festival do hambúrguer Mega Burguer, festa que prossegue até as 22h deste domingo.
Quem seguiu a cavalgada desde Itararé não se decepcionou com a hospitalidade sorocabana. “Foi a primeira vez que vim de Itararé para cá, em uma viagem de oito dias na montaria. A experiência foi muito boa, fomos muito bem recebidos aqui. Sigo a tradição do meu pai, que foi um dos maiores tropeiros da região de Itararé. Eu nasci e me criei em lida de fazenda, com gado. Hoje sou policial, mas não largo os cavalos, nem minha raiz”, conta José Pedro Ramos Cleto. Ao seu lado, veio também sua esposa, Ana Cristina Martins Lara, que já faz planos para a próxima cavalgada. “Espero que esta seja a primeira de muitas dessas viagens”, conclui.
Fotos: Jéssica Palma e Thiago Delmonde
Saae – Agência de Notícias