Bolsonaro diz que reajuste de 5% ‘desagrada a todo mundo’, mas é o possível

(FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (29) que a proposta de reajustar em 5% o salário de servidores federais “desagrada a todo mundo”.

Ele voltou a tentar se afastar das críticas de categorias que cobram aumento maior. Pediu ainda compreensão e sugestões da população.

“Coloquei na mesa o problema. Vamos lá, estou agora aguardando sugestões de vocês”, disse o presidente em entrevista à rádio Metrópole FM, de Cuiabá (MT)

“Parece que desagrada a todo mundo [conceder o reajuste de 5%]. Alguns falam, então dá zero. Não pode fazer isso aí, tem muita gente que se for nessa linha, 5% interessa a eles. Nós dois últimos meses a inflação passou de 3%, o negócio está pegando pesado para todo mundo”, disse Bolsonaro.

O presidente afirmou que estuda igualar o teto das carreiras de policiais rodoviários federais e de agentes da polícia federal.

“Como vai se comportar a Polícia Federal? Vai dizer que é contra? Entrar em greve? Peço a todos que estão me ouvindo: se coloquem no meu lugar, apresentem alternativas”, disse o presidente.

“Quero ajudar a todos os servidores no Brasil, sempre defendi o reajuste. Mas não tem como dar mais do que temos nesse momento [5%], custa R$ 7 bilhões”, declarou ainda.

Como antecipou o jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro decidiu, em reunião no dia 13 de abril, conceder um reajuste de 5% para todos os servidores públicos federais a partir de 1º de julho, mesmo sem espaço suficiente no Orçamento.

O Orçamento de 2022 só tem reservado o valor de R$ 1,7 bilhão para reajustes ou reestruturações de carreiras de servidores neste ano. A ideia de Bolsonaro era só privilegiar agentes da PF, PRF e Depen ( (Departamento Penitenciário Nacional).

“O estudo vazou rapidamente e outras categorias, que são importantes, começaram a ameaçar o governo, ‘vamos parar o Brasil”‘, disse Bolsonaro.

O custo total do reajuste linear de 5% é estimado em R$ 7,9 bilhões em 2022, o que irá forçar cortes de verbas em outras áreas.

“Não sou o dono da caneta bic para solucionar esse problema”, disse Bolsonaro em outro trecho da entrevista.

O presidente reconheceu que o aumento direcionado aos policiais poderia ser questionado e derrubado na Justiça, “tendo em vista eu estar privilegiando categorias que são simpáticas a minha pessoa”.

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