RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após três semanas de queda, o preço da gasolina voltou a subir nos postos brasileiros, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o produto custou em média R$ 7,219 por litro, o maior valor desde a semana posterior ao mega-aumento da Petrobras.
O valor representa alta de 0,3% em relação à semana anterior e reflete repasse às bombas da escalada do preço do etanol anidro, que representa 27% da gasolina vendida nos postos, conhecida como gasolina C.
O etanol hidratado também segue em alta: na semana passada, foi vendido, em média, a R$ 5,241 por litro, 4,5% acima do verificado pela ANP na semana anterior. Em quatro semanas, o produto acumula aumento de 5,8% nas bombas.
Os usineiros dizem que a escalada dos preços do etanol reflete elevada demanda em um período de entressafra, quando os estoques estão mais baixos. A expectativa do setor é que os preços comecem a ceder nas próximas semanas, com o início da colheita da cana-de-açúcar.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a cotação do etanol hidratado nas usinas de São Paulo subiu 8,1% na semana passada, para R$ 3,836 por litro. O anidro ficou 3,7% mais caro, chegando a R$ 4,083 por litro.
A pesquisa da ANP detectou pequena queda no preço do diesel, que foi vendido, em média, a R$ 6,587 por litro na semana passada. O valor é 0,2% inferior ao verificado na semana anterior.
Já o preço do gás de cozinha permanece estável, sendo vendido, em média, a R$ 113,66 por botijão de 13 quilos na semana passada. A Petrobras reduziu em 5,6% o preço de venda em suas refinarias no último dia 8, mas ainda não houve reflexo no preço final do produto.
A escalada dos preços dos combustíveis derrubou em março o segundo presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna, demitido logo após o anúncio dos mega-aumentos nos preços da gasolina e do diesel.
Seu substituto, José Mauro Coelho, tomou posse na última quinta-feira (14), após um conturbado processo de troca de comando, marcado pela desistência da primeira opção do governo, o consultor Adriano Pires, após questionamentos de conflito de interesses.
Em seu discurso de posse, Coelho defendeu a política de preços dos combustíveis da empresa, dizendo que a prática de preços artificiais prejudica investimentos e pode causar risco ao abastecimento de combustíveis no país.
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