MÔNICA BERGAMO (FOLHAPRESS) – As farmácias brasileiras viram quadruplicar o número de testes com resultado positivo para Covid-19 nos últimos dias. A explosão foi tamanha que o índice de diagnósticos de coronavírus sobre o total de atendimentos registrado entre 27 de dezembro e 2 de janeiro já é o maior desde a implementação do serviço, em abril de 2020.
Ao todo, foram realizados 283.763 testes no período, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) -número 50% superior aos 188.545 atendimentos ocorridos de 20 a 26 de dezembro.
Já o volume de resultados positivos saltou de 22.283 (11,8% do total) para 94.540 (33,3%). Os estados de Rio de Janeiro e São Paulo, sozinhos, têm 49% e 46% dos diagnósticos de Covid-19, respectivamente.
“O surto de gripe provocado pelo vírus da influenza e as celebrações de Natal certamente colaboraram para esse avanço surpreendente. Embora os números ainda estejam distantes do pico que observamos de maio a junho, os dados são preocupantes e exigem mais medidas preventivas e de contenção”, afirma Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma.
Após um recuo no número de testes realizados a partir de julho do ano passado, o índice voltou a crescer em dezembro, mês que registrou uma evolução de 188% nos resultados positivos.
Ao longo de 2021, as farmácias realizaram mais de 10,7 milhões de testes rápidos, sendo que 18,62% tiveram resultado positivo para o vírus.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, os casos de Covid explodiram em hospitais privados da cidade de São Paulo nos primeiros dias de janeiro.
O hospital HCor registrou na terça (4) o maior volume de atendimentos no pronto-socorro de sua história. De 388 pacientes que buscaram ajuda, 252 tinham quadro de síndrome gripal.
O perfil epidemiológico dos casos se inverteu: se em 22 de dezembro o vírus influenza H3N2 era responsável por cerca de 40% do atendimento, enquanto a Covid-19 se mantinha abaixo dos 10%, nos últimos dois dias o índice de infectados pelo coronavírus chegou a 43%.
O quadro alarmante se repete em outros hospitais privados da capital paulista -assim como a predominância do coronavírus sobre o vírus influenza.
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