SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir da próxima segunda-feira (10), todos os eventos realizados na cidade de São Paulo deverão exigir passaporte de vacina contra a Covid-19 e com a comprovação de duas doses, independentemente do número de pessoas.
A medida foi anunciada na manhã desta quinta-feira (6) durante apresentação da Covisa (Coordenadoria de Vigilância Sanitária) sobre o cenário epidemiológico na capital, que levou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) a cancelar o Carnaval de rua na capital paulista.
Por enquanto, o documento é exigido apenas em locais com mais de 500 pessoas. “E antes bastava a comprovação de uma dose, agora será necessária a de duas”, disse o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
A medida foi tomada por causa do avanço da variante ômicron do novo coronavírus e dos casos de pessoas com sintomas gripais, que estão lotando unidades de saúde e hospitais, inclusive particulares.
“Estamos fazendo essa alteração em função do quadro epidemiológico que a cidade vive hoje. Enquanto existir esse quadro de ascensão da variante ômicron na cidade, vamos exigir para qualquer evento a necessidade do passaporte”, disse Aparecido.
A regra, segundo ele, não vale para bares e restaurantes e também foi tomada pelo grande número de festas que devem ser realizadas no período de Carnaval.
Alguns órgãos públicos, como fóruns do Tribunal de Justiça, Câmara Municipal e o próprio prédio da prefeitura exigem o documento para liberar a entrada das pessoas.
COMO COMPROVAR?
Serão aceitos comprovantes impressos ou digitais
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A partir do próximo domingo (9), todos os funcionários públicos do governo estadual precisarão de passaporte de vacina. A medida já é adotada desde o ano passado para servidores da administração municipal de São Paulo.
ACELERAÇÃO DE CASOS
Após registrar cerca de 53 mil atendimentos de pessoas com problemas respiratórios na última quarta-feira (5) na rede municipal de saúde, a prefeitura anunciou nesta quinta que as 469 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município passarão a funcionar aos sábados, já a partir deste fim de semana. Os locais também farão vacinação contra Covid-19 e gripe.
Luiz Antonio Vieira Caldeira, coordenador da Vigilância Sanitária, acredita que o número de atendimentos na quarta-feira é recorde.
Segundo a Vigilância Sanitária, no meio de dezembro passado, as portas de emergência da rede municipal -UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) e pronto-socorros – tiveram, em média, 18 mil atendimentos por dia de pacientes com sintomas gripais, um aumento de quase 200%.
Desde 23 de dezembro, por causa da pressão nas emergências, as UBSs passaram a atender pessoas com problemas respiratórios, sem a necessidade de agendamento. “Essa medida descomprimiu a demanda por emergência”, afirmou Caldeira.
Segundo ele, a análise apresentada ao prefeito, concluída na noite de quarta-feira, ainda tem cerca de 40% de atraso na notificação dos dados, principalmente por causa do ataque hacker no site do Ministério da Saúde, no mês passado.
Mesmo assim, afirmou, a procura de pacientes com sintomas gripais, incluindo Covid-19 e influenza, na rede municipal de saúde, está semelhante ao pico da Covid, em março e abril de 2021. A diferença, disse, é que agora são casos leves, em que são receitados medicamentos para o tratamento, sem necessidade de internação.
Na apresentação, com mais de 50 páginas, a Covisa mostrou que desde dezembro a saúde municipal vem enfrentando os dois problemas, o surto de gripe fora de época e o avanço da Covid-19 por causa da ômicron, que, segundo ele, já deveria ser responsável por até 70% das contaminações no fim do ano passado.
Atualmente, afirmou, a maioria das pessoas que procuram atendimento médico com sintomas gripais leves são pacientes infectados pela ômicron. “O que nos preocupa é a continuidade de infecção de Covid e não estávamos contando com um rebote”, afirmou. “O mundo esperava que com a vacinação teríamos cada vez menos casos de Covid, até não ter mais, mas ela voltou com força.”
A incidência simultânea da nova cepa da gripe H3N2 e da variante ômicron do coronavírus tem levado a um aumento de internações e atendimentos a pacientes com sintomas respiratórios em hospitais públicos e privados de São Paulo.
O jornal Folha de S.Paulo mostrou que na última terça (4) a espera por atendimento na AMA Sorocabana, na Lapa (zona oeste), a chegava a cinco horas. O tempo era semelhante ao de prontos-socorros privados.
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