EUA enfrentam temperaturas extremas com recordes de frio e de calor

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No último domingo (26), verão no Brasil, a cidade de São Paulo amanheceu com termômetros marcando média de 15,2°C, segundo dados da prefeitura. A mais de 13 mil quilômetros (em linha reta), a pequena cidade de Kodiak, no Alasca, do outro lado do continente, registrava no mesmo momento uma temperatura de 19,4ºC –em pleno inverno.

“No fim de dezembro. Eu não imaginei que uma coisa dessas seria possível”, escreveu Rick Thoman, especialista em clima do Centro de Internacional de Pesquisa do Ártico da Universidade de Alasca Fairbanks.

Enquanto isso, nevascas históricas e ondas de frio severas mesmo para o inverno continuam a fechar estradas e cancelar milhares de voos em outras partes dos Estados Unidos, país que tem enfrentado eventos climáticos extremos com cada vez mais frequência.

A situação no Alasca chama atenção ainda pelo volume de chuvas que tem caído no estado americano, com direito a tempestades recordes, em um mês conhecido por ser seco.

Outras regiões do país também registraram temperaturas altas para esta época do ano, como Nova York, que em dezembro chegou a registrar picos de mais de 20ºC, diferença de mais de 15ºC em relação à média histórica.

Esse cenário contrasta com o frio extremo trazido por frentes frias vindas do Ártico que têm congelado o oeste do país. Em Seattle, por exemplo, próximo à fronteira com o Canadá, o serviço nacional de meteorologia registrou também no último domingo temperaturas de -5,6ºC.

A medição supera o recorde estabelecido há quase 100 anos, em 1924, quando os meteorologistas registraram -4,4ºC. Em alguns bairros, moradores relataram termômetros próximos de -10ºC.

Seattle registrou ainda mais de 15 centímetros de neve acumulada, o que gerou cenas inusitadas, como um motorista que foi multado pela polícia por dirigir um carro coberto pelo gelo. O governo local ainda abriu seis abrigos para receber pessoas durante o período de frio extremo.

Centros de acolhimento também foram abertos no estado vizinho de Oregon, onde a prefeitura de Portland decretou situação de emergência. “Esta vai ser uma temporada muito desafiadora, e todos precisamos estar preparados”, disse a chefe do condado de Multnomah, Deborah Kafoury.

A cidade começou a incentivar que a população cheque se os vizinhos estão bem e procure sinais de hipotermia, como confusão, fala arrastada e desequilíbrio. “Quero enfatizar a importância de não presumir que alguém está apenas embriagado e pode ser deixado sozinho”, disse a secretária de saúde do condado.

A onda de frio provocou nevascas recordes também na Califórnia. As montanhas de Serra Nevada acumularam 495 centímetros de neve, batendo o recorde de 455 centímetros que havia sido registrado em 1970. Estradas também foram fechadas devido às tempestades de neve, assim como um resort de ski.

Mesmo no Alasca, outras regiões escaparam da onda de calor e também tiveram frio recorde, como na cidade de Ketchikan, a 3.300 km de Kodiak –o estado é o maior das unidades federativas americanas.

Já as regiões sudeste e sul do país também bateram recordes, porém na outra ponta dos termômetros. A cidade de Little Rock, no Arkansas, registrou 25,5ºC no Natal. A marca mais alta até então para a data havia sido de 22,8ºC, segundo o serviço meteorológico nacional. Dallas, no Texas, chegou a 27,2ºC no mesmo dia, batendo um recorde mais modesto, de 26,7ºC registrados cinco anos atrás.

O governo disparou alertas para incêndios florestais nas partes central e sul da região conhecida como Altas Planícies, que incluem partes do Texas e de Oklahoma, dada “a mistura de temperaturas quentes fora do comum, níveis baixos de umidade e condições para ventos”.

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