SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma ex-policial branca que matou um jovem negro no estado americano de Minnesota ao disparar uma arma de fogo em vez de uma arma de choque foi condenada nesta quinta (23) por homicídio culposo.
O júri, composto por 12 pessoas, levou 27 horas ao longo de quatro dias para chegar a um veredicto unânime sobre a ação de Kimberly Potter, 49, pela morte de Daute Wright, 20, ocorrida no dia 11 de abril na cidade de Brooklyn Center, um subúrbio de Minneapolis.
Potter foi condenada pelas acusações de homicídio culposo de primeiro e segundo graus, que têm penas máximas de até 15 e 10 anos, respectivamente. A pena total deve ser anunciada em 18 de fevereiro. A ex-agente, que se demitiu dois dias após o incidente, diz ser inocente pois a morte teria sido um acidente.
Em nota, os advogados da família Wright afirmaram que os parentes da vítima ficaram “aliviados” com a condenação. “Aquele dia continuará sendo um dia traumático e outro exemplo para a América de por que precisamos desesperadamente mudar o policiamento, o treinamento e os protocolos”, diz o comunicado.
Wright, parado por agentes devido a uma infração de trânsito -a polícia diz que a placa do veículo estava irregular e que havia um desodorizador pendurado no retrovisor, o que a lei estadual proíbe-, foi atingido com um tiro de arma de fogo, que foi confundida, de acordo com a polícia, com um taser.
Durante a abordagem, ao verificar os documentos de Wright, a polícia constatou que havia um mandado de prisão pendente em decorrência de uma audiência judicial à qual ele não havia comparecido.
Segundo os registros, a vítima respondia por porte ilegal de arma e por ter fugido da polícia em outra abordagem no ano passado. Os agentes então deram voz de prisão a Wright e, segundo as imagens das câmeras acopladas às fardas, tentaram algemá-lo do lado de fora do veículo.
O vídeo então indica que houve resistência de Wright, que volta a entrar no carro.
Ouve-se uma voz feminina gritando “taser, taser”, e, segundo o departamento de polícia, Potter, em vez de disparar a arma de choque, disparou uma com munição letal. “Puta merda, atirei nele”, diz ela na gravação.
Segundo registros e relatos de testemunhas, ele ainda conseguiu dirigir por algumas quadras até bater o carro, inconsciente. Os policiais tentaram reanimá-lo, mas Wright foi declarado morto no local.
A morte do jovem aumentou o clima de tensão em Minnesota, que já tinha registrado manifestações relacionadas ao julgamento de Derek Chauvin, o policial condenado por assassinar George Floyd em maio de 2020. Chauvin recebeu pena de 22 anos e meio de prisão pelo ocorrido.
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