Nos últimos anos, o estado da Califórnia, nos EUA, tem enfrentado incêndios florestais de origem natural cada vez mais frequentes.
As queimadas são tão comuns por lá que até criaram um nicho de mercado alternativo, em que bombeiros particulares são contratados para proteger residências de pessoas abastadas.
Em meio a essa realidade, um estudante de ensino médio de São Francisco, no litoral do estado, desenvolveu um protótipo de extintor de incêndio que se ativa sozinho e pode ser adquirido por qualquer pessoa.
Arul Mathur idealizou o produto após uma experiência traumática. Há dois anos, ele e sua família se viram obrigados a deixar sua casa após um incêndio de grandes proporções que tomou conta da região.
“Foi quando percebi: temos um problema sério. Como um incêndio de 2 hectares pode chegar a 20 mil em apenas alguns meses, destruindo centenas de casas? Como foi que eu estava tão perto de me tornar parte dessa estatística?”, questionou o garoto à época.
Interessado pelo assunto, Arul descobriu, assustado, que quando o Corpo de Bombeiros é alertado sobre um incêndio florestal e entra em ação, o fogo já está fora de controle.
Daí sua ideia de inventar um extintor que se ativa automaticamente ao detectar calor extremo. Seu protótipo foi batizado de “F.A.C.E.” e consiste em um dispositivo metálico com um aspersor (equipamento giratório, que esguicha água como chuva) na parte inferior, que contém uma mistura de água e um retardador de fogo biodegradável.
O extintor também é equipado com quatro componentes-chave: válvula de pressão, medidor de pressão, suporte de montagem e uma cabeça giratória.
A novidade é que, ao contrário de um aspersor tradicional, o F.A.C.E. não requer conexão a um abastecimento de água, tampouco intervenção manual.
“Por possuir a supressão de incêndio com autoativação, os indivíduos não precisam mais depender do corpo de bombeiros para salvar suas casas. Os bombeiros podem se concentrar em conter o fogo, enquanto nós, como residentes, podemos controlar o destino de nossa propriedade”, afirmou Arul.
Todo o invento foi projeto pelo estudante com o auxílio de profissionais da indústria em vários campos, desde engenheiros mecânicos e químicos a especialistas em manufatura.
Como os incêndios florestais geram calor e aquecem as estruturas próximas, Arul explica, é possível fazer uma espécie de parede de supressão de fogo se esses dispositivos forem instalados a cada 3 metros ao redor de uma propriedade. Sozinhos, eles conseguiriam impedir o alastramento das chamas.
Em outras palavras, o equipamento pode ser ativado minutos antes de materiais inflamáveis como a madeira atingirem seu ponto de inflamação, cobrindo-os com retardador de fogo e aumentando sua resistência à combustão.
Com o sucesso do protótipo, Arul espera disponibilizar os extintores em massa para ajudar milhares de pessoas que vivem em sua comunidade – esta por sua vez, em perigo constante de novos focos de incêndio, especialmente no verão.
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Fonte: GNN
Fotos: F.A.C.E; Kickstarter
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