A mudança do ano sempre surge como um ponto de virada, como um novo ciclo que encerra outro ao bater das doze badaladas. Há desejos internos que se renovam e cada ano surge como uma nova oportunidade. Contudo, nem sempre encaramos realisticamente este acontecimento e é exatamente sobre isso que nos fala o neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu.
“Muitos estão receosos e esperançosos com o novo ano. Muitas expectativas otimistas e pessimistas. Mas não podemos esquecer que meia noite é apenas a mudança de um relógio e de um numeral, a data do dia, do mês e do ano. Uma mudança de um numeral não muda acontecimentos.”, relata.
Segundo Abreu, o processo de mudança deve ser contínuo: “A procura da mudança deve ser diária e não irrealista, baseada numa data específica que, inundada de emoções, acaba por deturpar o sentido real. Resoluções de ano novo quase nunca se cumprem, portanto, precisamos fazer uma retrospectiva na consciência e estipular pensamentos de metas alcançáveis e saber gerenciar as expectativas.”.
Devemos ainda ter cuidado com os objetivos, metas e expectativas que criamos de forma a proteger o nosso íntimo caso não sejam viáveis.
“O excesso de expectativas podem causar frustrações, insegurança, dor e aumento da ansiedade, já que expectativa é uma ansiedade em potência. Esta sensação de derrota pode levar a pessoa a uma vida amargurada, trazer revolta e até mesmo levar à depressão.
As expectativas assim como a felicidade variam de acordo com a pessoa, de acordo com a personalidade e esta é formada por uma priori genética que se molda de acordo com o ambiente e experiências. “, esclarece Abreu.
O neurocientista aponta, realisticamente, como podemos lidar com esta situação.
“Como a expectativa é um sentimento na ausência da realidade, vou pontuar fatores reais de possibilidades para que possamos lidar com este sentimento.
1 – A felicidade está nas coisas simples da vida. Somos seres de instinto, e este nos impulsiona para a sobrevivência, por isso, o equilíbrio está no essencial para a sobrevivência.
2 – Não viva sem expectativas, apenas a dose de forma equilibrada, não se esqueça que tudo que é demais é ruim, de menos também. É como a água que bebemos, e bebemos pouco faz mal, em excesso passamos mal. As expectativas é uma ansiedade que supre as pendências, entre elas, de estarmos bem, saudáveis, portanto, a expectativa é uma ansiedade que em excesso faz mal, mas sem ela, não há motivação, não há investimento e nem absorção de conhecimento.
3 – Avalie se as suas expectativas são condizentes com a realidade. Nossa imaginação sempre exalta as possibilidades e projetam “sonhos” com influência da dopamina, hormônio da recompensa, que almeja o sucesso e conta com a ansiedade para conquistá-la. Se não sair como planejado, buscamos culpados e podemos nos culpar.
4 – Aprenda a encarar as derrotas e perdas, são com os erros que nos tornamos melhores, com eles aprendemos e nos aperfeiçoamos, ganhamos experiência para não errar novamente.
5 – Busque conhecimento para avaliar resultados da expectativa, use a inteligência emocional para com a razão, com a lógica, possa observar as nuances que levam a conquista para saber se é cabível de expectativa e utilize-a com moderação. Conhecimento elimina suposições que causam incertezas. O dia de hoje não é igual ao de amanhã, tudo muda, tudo passa, tudo tende a se resolver.”, conclui.
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